Luanda – O general Abreu Muengo Ukwachitembo “Kamorteiro” apelou nesta sexta-feira, em Luanda, à defesa com firmeza da unidade nacional, visando garantir a estabilidade económica, social e política do país
O também chefe de estado-maior adjunto das Forças Armadas Angolanas (FAA) para a Logística e Infra-estruturas dissertava numa palestra sobre o tema “2002-2012: os benefícios da paz em Angola”, numa organização do centro de imprensa Aníbal de Melo (CIAM).
“Tudo que nos une, fortalece-nos e fortalece a nação. A unidade nacional é para qualquer angolano uma das divisas fundamentais, porque sem ela, a reconciliação nacional é apenas uma utopia”, disse o militar
Pediu respeito pelos órgãos de soberania, para elevar, cada vez mais, o nome do país. Sublinhou que a paz é uma obra endógena, erigida por homens e mulheres desinteressados, que souberam colocar-se acima dos ódios e dos interesses individuais, considerando a pátria como a primeira casa comum.
Referiu que quando a 4 de Abril de 2002, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, estendeu um abraço aos signatários do memorando de entendimento, infundiu entre os angolanos muita confiança e transmitiu uma forte mensagem à África e ao mundo, de que o processo de paz era seguro.
O general Kamorteiro se referiu aos êxitos dos programa de reconstrução nacional, destacando a construção de novas centralidades, universidades, hospitais, o franco crescimento da indústria e pólos agro-industriais, e concomitantemente, o crescimento do empresariado nacional.
Adiantou que nos últimos dez anos se consolidou o espírito de irmandade e apartidário nas forças de segurança e de defesa e que as forças armadas são hoje mais respeitadas e com capacidade de realizar operações de terceira dimensão.
Especificou que a guerra produziu dezenas de milhares de viúvas, órfãos e de pensionistas.
Para ele, a reconstrução do país é também uma das enormes facturas da paz, pois se não tivesse havido guerra durante 27 anos, o dinheiro que se gasta para o efeito, serviria para desenvolver o país, e Angola seria hoje uma potência regional a ombrear com a África do Sul.
Declarou que a paz não é um evento, mas sim um processo conjugado que deve ser consolidado, através do convívio salutar, de irmandade, com palavras responsáveis e actos sensatos, pois o conflito que amordaçou o país durante 27 anos foi resultado do exacerbar das diferenças, das contradições, das palavras e da desconfiança entre irmãos
O general lembrou que os acordos de paz, rubricados a 4 de Abril de 2002, foram antecedidos da assinatura a 30 de Março do memorando de entendimento complementar ao protocolo de Lusaka
A palestra, uma iniciativa do Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM), enquadra-se nas comemorações do 10º aniversário da conquista da paz em Angola e constitui a 5ª edição de um ciclo de tertúlias denominado “Amistosos do CIAM – Sempre às 6”, por serem realizadas apartir das seis da tarde da última sexta-feira do mês.
A palestra foi moderada pelo jornalista Anastácio de Brito e contou com a participação de oficiais generais e superiores das FAA e da polícia nacional e membros da sociedade civil.
Fonte: Angop