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    Fundamentalismo islâmico: O fenómeno Boko Haram

    A Nigéria é um dos colossos africanos em termos económicos. A sua grandeza territorial confunde-se muitas vezes com o tamanho da sua riqueza material. País multifacetado do ponto de vista humano vive nos dias que correm, traumatizado pelo fenómeno Boko Haram, grupo armado de tendência islâmica, que reclama por meios violentos o poder político, usando métodos pouco ortodoxos para chegar ao poder, ou seja a violência bárbara e medieval, uma prática condenável a todos títulos pela comunidade internacional.

    Um artigo publicado pelo jornal online Vanguarda explica a opção armada da organização, como resultado da “metamorfose e a profusão de interesses políticos, comerciais e económicos em nome de uma fachada religiosa”.  E reforça também que “90% dos terroristas e bandidos armados que aterrorizam e atormentam o país são nigerianos”. Segundo o artigo “essa figura enervante e assustadora é reforçada por ” interesses díspares no Boko Haram”, que tem “inimagináveis patrocinadores, agentes, simpatizantes, investidores e propagandistas velados no país”.

    O autor do texto, Gabriel Agibi vai mais longe e admite que “o ninho é mais amplo e realmente inimaginável” sugerindo que “alguns nigerianos não são apenas anti-patriotas”. Constituem um grupo de sádicos “profundamente motivados na realização de crimes contra os seus compatriotas”.

    “Alguns desses jovens exalavam inocência, porque estavam encantados com a idéia de serem recrutados para a missão de participarem numa acção destrutiva, em crimes hediondos contra a humanidade”

    A acção do general Buratai, em nome do exército governamental impediu que o recrutamento dos jovens nigerianos tivesse lugar, revelando um forte revés nas fileiras do Boko Haram, cujos comandantes e apreciável número de soldados de infantaria já iniciados reduziu de forma drástica “o impacto da guerra que têm levado a cabo pelo país”.

    SOBRE O BOKO HARAM

    Boko Haram é um grupo terrorista nascido na Nigéria que, muitas vezes, é denominado como “grupo radical islâmico”, com acções correspondem ao fundamentalismo religioso de combate à influência ocidental e de implantação radical da lei islâmica, a sharia. O nome Boko Haram significa “a educação não islâmica é pecado” ou “a educação ocidental é pecado” na língua Hausa, um idioma bastante falado no norte do território nigeriano.

    surgimento do Boko Haram ocorreu em 2002 como uma seita religiosa, fundada por Mohammed Yusuf na cidade de Maiduguri, capital do estado de Borno, na Nigéria. Para Yusuf e os seus seguidores, a cultura ocidental reproduzida na sociedade seria a principal razão para os males do país, sendo necessária a sua erradicação para combater a corrupção e o descaso das autoridades para com o povo. O líder actual do Boko Haram é Abubakar Shekau.

    Com o passar do tempo, o Boko Haram foi se tornando num grupo militar fortemente  armado, com treinamentos e acções de formação por parte da Al-Qaeda do Magreb e de alguns outros grupos militares radicais existentes na região setentrional de África. Em 2009, com a morte de Mohammed Yusuf durante um confronto armado, o Boko Haram transformou-se numa organização militar totalmente radical. No entanto, somente em 2013 os Estados Unidos passaram a considerar, oficialmente, o Boko Haram como grupo terrorista, sendo hoje um dos mais temidos.

    principal objectivo do Boko Haram actualmente, além de combater os princípios e legados ocidentais deixados pela colonização britânica no país, é a construção de uma república islâmica. Para conseguir esse objectivo, o grupo terrorista utiliza métodos radicais, incluindo a realização de atentados e o sequestro para ganhar avanços territoriais. O Boko Haram usa também a técnica do rapto de mulheres, utilizando-as para a obtenção de resgates e, principalmente, negociando-as como escravas sexuais.

    A acção mais notória do grupo teve lugar em Abril de 2014, quando sequestrou cerca de 276 mulheres de 16 e 18 anos. Segundo relatos de algumas das mulheres que conseguiram escapar, os militantes utilizavam-nas como escravas sexuais e vendiam-nas para membros da organização a um preço médio de 12 dólares. Indícios posteriores diziam que boa parte das mulheres foi utilizada em diversos combates.

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