O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, assumiu hoje como prioridades do seu segundo mandato o “fortalecimento do Estado” e a criação de “bases sólidas de desenvolvimento” que permitam criar oportunidades para todos os timorenses.
“Conduzir o país para um maior fortalecimento do Estado e rumo a bases sólidas de desenvolvimento nacional, são os principais objetivos da nossa governação”, disse Xanana Gusmão, durante a apresentação, no parlamento, do programa de Governo para os próximos cinco anos.
“Temos objetivos e metas concretas para transformar Timor-Leste num país com rendimentos médios-altos, criando oportunidades para todos de forma justa e inclusiva, permitindo assim o crescimento de uma economia dinâmica e criadora de emprego”, prosseguiu.
O líder do Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), que irá governar em coligação com o Partido Democrático, de Fernando Lassama, e a Frente Mudança, adiantou que a governação terá como base o Plano Estratégico de Desenvolvimento 2011-2030.
“O alívio da pobreza extrema e o sucesso do nosso país dependem, neste momento, da nossa capacidade de implementar o plano traçado para o desenvolvimento nacional”, disse.
O setor petrolífero, a agricultura e o turismo serão os pilares da “economia moderna e diversificada” que Xanana Gusmão quer construir em Timor-Leste.
“A par da capacitação da Companhia Nacional Petrolífera — Timor GAP, iremos garantir que as receitas petrolíferas continuam a ser totalmente transparentes e a usadas para o desenvolvimento económico e social do país; que o setor se desenvolva com a participação máxima de cidadãos e empresas timorenses e que os recursos humanos necessários para explorar este setor sejam melhorados e desenvolvidos”, disse.
O chefe do Governo garantiu que a costa sul será desenvolvida com infraestruturas adequadas que apoiem a expansão da indústria petrolífera, adiantando que o projeto Tasi-Mane tem como objetivo o desenvolvimento de três aglomerados industriais: a base de fornecimentos no Suai, a refinaria e indústria petroquímica em Betano e a instalação de gás natural liquefeito em Beaço.
Na agricultura, a aposta passa por substituir a agricultura de subsistência por uma agricultura comercial “que garanta, a médio-prazo, a autossuficiência em termos alimentares”, através da melhoria das práticas agrícolas, da reabilitação de sistemas de irrigação e do alargamento do abastecimento de água, nomeadamente através de barragens.
O aumento das qualificações dos agricultores, a construção de Centros de Serviços Agrícolas nos distritos, a melhoria do Plano Integrado de Criação de Animais, incluindo a vacinação gratuita, o desenvolvimento da pesca, aquacultura e silvicultura são outras apostas do executivo, que implementará um Plano de Gestão Florestal que promova a reflorestação e a gestão sustentável de terrenos.
“Esta política inclui o estudo sobre o uso de madeiras locais, incluindo a comercialização do bambu, o desenvolvimento de viveiros nas comunidades e, a partir de 2015, iniciar-se o programa nacional de plantação de 1 milhão de árvores em cada ano”, adiantou Xanana.
No turismo, o investimento passa pela formação profissional e reabilitação de espaços e equipamentos necessários e a promoção de atividades de atração turística.
A estratégia programada para o desenvolvimento do turismo abrange as praias e paisagens de montanha da zona oriental, com a valorização do Parque Nacional Nino Konis Santana e do Monte Matebian, a aposta na promoção da ilha de Ataúro e da região de Maubisse e a exploração das praias e locais históricos de Balibo, das termas de Marobo e das terras de café em Ermera, “onde se pretende desenvolver hotelaria e turismo ecológico”.
“Através do crescimento da agricultura, indústria petrolífera e turismo, e com a implementação do programa de infraestruturas, o Governo irá criar postos de trabalho direto no setor público e indireto, ou seja, através da atração de investidores estrangeiros e através da promoção do setor privado timorense”, disse.
“O desenvolvimento económico e a criação de emprego conduzem a oportunidades para a realização das potencialidades dos timorenses. Acreditamos que investir no desenvolvimento económico é um princípio político e social que promove a liberdade, a segurança e a estabilidade nacional”, acrescentou Xanana Gusmão.
FONTE: Lusa