O presidente da TAP, Fernando Pinto, diz desconhecer a abertura do Governo em se manter no capital da companhia, após a privatização. O gestor, em reacção às declarações do Ministro da Economia, em entrevista ao Negócios e Renascença, admite não ter posição sobre a matéria, por não ter estudado o tema.
Fernando Pinto, que falava à margem do “The Lisbon Summit”, organizado pelo “The Economist”, reiterou que a companhia “está sempre bem para fazer a privatização, mas depende da posição do mercado”.
Quanto às declarações de António Pires de Lima, em entrevista ao Negócios e à Renascença, o gestor disse não ter conhecimento da possibilidade que António Pires de Lima trouxe a público, ou seja, da hipótese do Governo se manter no capital da TAP, após a privatização (vídeo em cima).
No que concerne ao timing da operação, o gestor repetiu o que já tem dito: “esse calendário é dado pelo Governo o que fazemos é manter a empresa em condições a qualquer momento de iniciar o processo e o que eu posso dizer é que ela está cada vez melhor”.
Mas, o presidente da TAP é firme em dizer que a primeira tentativa de privatização da companhia serviu de “treino e a segunda etapa será mais rápida do que a primeira”.
Fernando Pinto confirmou que a administração está “a analisar” com o Governo as propostas futuras de potenciais interessados. “Nós temos bancos analisando e assessorando”, acrescentando que não existem outros interessados daqueles que já foram tornados públicos, ou seja, Frank Lorenzo e Miguel Pais do Amaral.
O Governo tem reiterado ainda não haver condições para avançar com a privatização da companhia, uma vez que ainda não existiam interessados suficientes para que a operação fosse competitiva.
Na primeira tentativa de privatização, o Governo optou por vender 100% da companhia, tendo surgido apenas um interessado, a Synergy. Resta saber se na segunda tentativa qual será o modelo a adoptar.
O “Público” noticiou que a possibilidade de dispersar capital da TAP em Bolsa está a ser colocada em cima da mesa pelo Executivo. Contudo, são vários os analistas a defenderem que este cenário é difícil de concretizar, uma vez que o grupo TAP não entrega dividendos e devido ao volume da divida da companhia. (jornaldenegocios.pt)
por Ana Torres Pereira