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    Feito em Angola está no petróleo

    As companhias petrolíferas nacionais contam, desde 2007, com uma empresa que se dedica ao fabrico de estruturas e equipamentos para as mais diversas utilizações na indústria do petróleo em Angola, a PAENAL. Aqui a força bruta no início da obra e a beleza na finalização estão permanentemente unidas. Peça a peça, dia após dia, processo a processo, o estaleiro pretende não falhar e tem sempre a importância de honrar os compromissos.
    O cenário no imenso recinto de 17 hectares, no litoral do Porto Amboim, é de azáfama. Soldadores, designers e tubistas, diferenciados apenas pelas cores dos macacões e capacetes, trabalham intensamente. Estar devidamente equipado dentro da zona é obrigação que todos cumprem.
    “Aqui, dada a natureza do nosso trabalho, a segurança está em primeiro lugar. Por isso, faça sol ou chuva, estamos sempre bem equipados”, garantiu, José Miguel, técnico de higiene, saúde e segurança da PAENAL.
    As companhias petrolíferas que operam no país podem contar com o fabrico de estruturas necessárias para o exercício das actividades, que antes tinham de mandar vir do estrangeiro. “Hoje, as companhias têm opções. Cabe-lhes escolher se querem estruturas feitas no país ou no exterior”, afirmou o director-geral da empresa, César Guerra. O fabrico de estruturas e equipamentos tem de ser feito com margem de erro nula. Por isso, a empresa tem equipamentos de última geração e de alta precisão para não ficar a dever ao que de melhor se faz internacionalmente na indústria petrolífera.
    As chapas, com espessuras entre dez e 15 centímetros, são cortadas e desenhadas como se de queijo ou cartolina se tratasse. Tudo é mais fácil por a empresa possuir equipamentos de última geração, como máquinas de desenho, de alinhamento de peças, de controlo de corte computadorizado e de dobra e ligação de tubos e curvas. A habilidade dos profissionais, a que aliam as tecnologias, torna-os literalmente os “alfaiates da indústria”.
    Por se tratar de equipamento para a indústria petrolífera, os tubos e as chapas, importados da Alemanha, Coreia do Sul e Japão são de espessura considerável.
    “Tudo o que fabricamos é para as companhias que operam no país”, sublinhou César Guerra, numa altura em que o estaleiro produz estruturas para a petrolífera Tottal.

    A empresa está a construir 13 tubos de 5,5 metros, com 27 metros de diâmetro para servirem de âncora de sucção em águas profundas. Um grupo de jovens angolanos trabalha afincadamente para os compromissos serem cumpridos. Armadores, soldadores, fabricadores e pintores trabalham nas encomendas que o estaleiro recebe.

    Produção e postos de trabalho

    A Zona de produção tem 650 empregados, a que se juntam 210 de outros sectores, como administrativos e empregados de limpeza, o que somado perfaz 860 postos de trabalho. As encomendas para a Tottal começaram a ser feitas em Janeiro. Recentemente fez trabalho para a British Petroleum (BP), Shell e Halliburton.
    A empresa pretende, nos próximos tempos, produzir cerca de seis mil toneladas de material por ano. Do conjunto fazem parte estruturas de suporte para decks de navios.
    A PAENAL, com encomendas asseguradas até 2015, resulta de uma join venture entre a Sonangol, com 40 por cento, SBM Offshore e Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering (DSME), da Coreia do Sul, com participações de 30 por cento cada uma.
    O pormenor no momento do fabrico de cada estrutura é um aspecto a ter em conta. Espessura, volume, altura, série e peso de cada pedaço de chapa, tubo ou varão são aspectos que marcam a diferença na altura de desenhar, cortar e fabricar.
    “Trabalhar nisto exige toda a atenção do mundo. Somos responsáveis pela preservação do ambiente e isso começa aqui, pois se fornecermos boas âncoras de sucção às petrolíferas, estamos evitamos fugas ou derrames de qualquer produto químico”, sublinhou o director-geral da PAEANAL.
    A empresa produz equipamentos para a exploração petrolífera no bloco 17 em águas angolanas para a Sonangol e Tottal. “Começámos com pequenos projectos, mas hoje apenas temos grandes e muitas encomendas, sinal que temos crescido”, referiu o director-geral.

    Uma grua gigante em Porto Amboim

    O espaço, onde vai ser instalada a maior grua de África, antes era coberto pelo mar, é agora terra compacta, o que também permitiu o avanço da ponte cais. A fundação de concreto é de 400 toneladas. A grua, de 4.500, deve ser instalada até 2013 e tem capacidade para levantar 2.500 toneladas. A grua gigante vai ser montada no estaleiro da PAENAL.
    Gruas daquele porte apenas há nos portos de Singapura, Brasil, China e da Europa. A que vai ser instalada em Porto Amboim deve ser a maior de África.
    A PAENAL pretende aumentar o espaço do cais de 240 para 400 metros. Quando a obra estiver concluída, o FPSO, o maior navio petroleiro do mundo e unidade de produção, atraca em águas angolanas, o que é a primeira vez que o faz em África. Para atingir os níveis em que se encontra, a empresa já investiu cerca de 400 milhões de dólares. O trabalho é tão exigente e pesado que as mulheres que trabalhavam na zona de produção foram transferidas para outras áreas, como a administrativa, de higiene, saúde e de segurança.

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