Os exercícios militares “Felino 2018/2019”, da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorrem desde o dia 9 deste mês, em Cabo Ledo, encerram amanhã sexta-feira nesta localidade que dista a mais de 100 qui lómetros a Sul da cidade de Luanda.
Ontem de manhã, avança o JA, os chefes dos estados-maiores general das Forças Armadas da CPLP ou seus representantes foram recebidos pelo ministro da Defesa Nacional, Salviano de Jesus Sequeira. Mas antes, o anfitrião, general Egídio de Sousa Santos, recebeu-os com honras militares, na fachada principal do edifício do Ministério da Defesa Nacional.
Em declarações à imprensa, no final da cerimónia, Egídio de Sousa Santos manifestou-se satisfeito com a vinda dos homólogos para a cerimónia de encerramento dos Exercícios Felino, lembrando que os mesmos decorrem, essencialmente, para dotar os efectivos militares da organização lusófona de maior capacidade em operações de apoio à paz e ajuda humanitária.
“As forças armadas da CPLP devem estar preparadas para ajudar as populações abaladas por calamidades naturais”, afirmou o general das Forças Armadas Angolanas, ao lembrar sobre a recente participação de Angola na missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que visou a pacificação do Reino do Lesotho.
Egídio de Sousa Santos garantiu que a população residente em Cabo Ledo está a beneficiar bastante com a realização dos Exercícios Felino. Apontou, a título de exemplo, que o hospital de campanha montado em Cabo Ledo atende não só os cidadãos residentes neste município, mas também muitos pacientes provenientes de várias zonas da cidade de Luanda.
As delegações de Angola, Cabo Verde, Guiné-Equatorial, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são as únicas que no evento far-se-ão representar ao mais alto nível (pelos chefes de estados-maiores general). Portugal enviou o chefe do Estado-Maior do Exército, Brasil o sub-chefe do Comando e Controlo, enquanto de Moçambique veio o vice-comandante do Instituto Superior de Estudos para Área Académica de Defesa.
Até ontem de manhã o representante da Guiné-Bissau não havia ainda pisado o território nacional. Mas o general Egídio de Sousa Santos garantiu que o mesmo deveria fazê-lo nas próximas horas.
De acordo com o programa do evento, a delegação de chefes dos estados-maiores general das forças armadas da CPLP viajam hoje para a província do Namibe para a entrega de meios para a ajuda humanitária às vítimas da seca.
O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Cabo Verde, major-general Anildo Morais, declarou que os exercícios militares “Felino” demonstram a vivacidade da comunidade na componente da defesa.
Anildo Morais, que é o presidente em exercício do Comité de Chefes do Estado-Maior Generais das Forças Armadas da CPLP, anunciou, a propósito, para o próximo ano, a reunião daquele órgão, a ter lugar na Guiné-Equatorial. Considerou que devem estar criadas todas as condições para a ratificação do mecanismo da CPLP a adoptar nas operações de manutenção de paz.
Nos Exercícios Felino em Cabo Ledo participam 1.428 efectivos nacionais e estrangeiros. A Força Aérea Nacional disponibilizou duas aeronaves, uma do tipo IL-76 e outra AN-72, e ainda dois helicópteros “Augusta”, enquanto a Marinha de Guerra forneceu navios e lanchas de patrulha, e uma companhia de fuzileiros navais.
Os exercícios estão a ser desenvolvidos por uma força no terreno de “escalão brigada menos”. A brigada é constituída por subunidades terrestre, aérea e naval das FAA, sob direcção de um comando e Estado-Maior de uma Força-Tarefa Conjunta e combinada da CPLP, representados por oficiais das Forças Armadas dos nove Estados membros (Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Cabo-Verde, Portugal, Brasil e Timor-Leste).
