A Ordem dos Enfermeiros de Angola repudiou, nesta quinta-feira, as declarações da bastonária da Ordem dos Médicos, Elisa Gaspar, sobre a posição do enfermeiro nas unidades sanitárias.
Num pronunciamento público, a 25 de Maio na província do Cunene, a bastonária Elisa Gaspar manifestou a pretensão da Ordem dos Médicos em acabar com os enfermeiros que prescrevem receitas médicas, atestados e certidões de óbito, por não estarem qualificados para o efeito.
Elisa Gaspar adiantou, na ocasião, que a existência de enfermeiros que, por serem licenciados em enfermagem, se consideram doutores, acrescentando que um enfermeiro não pode discutir um caso clínico, pois, cientificamente, não está qualificado.
A Ordem dos Enfermeiros, em nota enviada à Angop, considera que as afirmações estão carregadas de preconceitos na abordagem das funções dos médicos e dos profissionais de enfermagem.
Adianta que Elisa Gaspar fez confusão nos conceitos, relativamente à missão, lugar e responsabilidade do médico e dos profissionais de enfermagem na equipa de saúde e de ignorar o princípio da complementaridade de um e do outro nos processos da assistência em saúde.
Acusa, ainda, a bastonária dos médicos de total ausência de ética, de ignorância e imoralidade grave, ao comparar o médico a Deus na terra.
Lamenta a falta de deontologia, ao referir-se à relação profissional e técnica entre médicos e profissionais de enfermagem numa equipa de saúde, como sendo de quem dá ordens e de quem as cumpre.
O Sistema Nacional de Saúde (SNS) e a Rede Sanitária compreendem duas mil 644 unidades sanitárias, nomeadamente 15 hospitais nacionais, 25 hospitais provinciais, 45 hospitais gerais, 170 hospitais municipais, 442 centros de saúde, 67 centros materno-infantis, mil 880 postos de saúde e 37 outras infra-estruturas.
Conta com uma força de trabalho de 69 mil 816 trabalhadores, três mil e 500 médicos angolanos, 35 mil 458 profissionais de enfermagem e oito mil e 78 técnicos de diagnóstico e terapêutica, bem como 11 mil 329 trabalhadores de apoio hospitalar e 11 mil 576 trabalhadores administrativos.