Sábado, Abril 27, 2024
14.2 C
Lisboa
More

    Em meio à tensão, presidente centro-africano estende mão a milícia

    O presidente centro-africano, Michel Djotodia, deixa a sede da TV nacional, após inagurar o local de construção de uma nova emissora de rádio, em Bangui (AFP/Arquivos, Sia Kambou)
    O presidente centro-africano, Michel Djotodia, deixa a sede da TV nacional, após inagurar o local de construção de uma nova emissora de rádio, em Bangui (AFP/Arquivos, Sia Kambou)

    O presidente de transição da República Centro-africana, Michel Djotodia, se disse pronto, neste sábado, a “estender a mão” às milícias cristãs, em meio a uma forte tensão na capital, Bangui, onde um muçulmano foi morto com facão.

    Em entrevista à Radio France Internacional, Djotodia declarou estar preparado para discutir, especialmente, uma amnistia e a representação no governo das milícias, chamadas “anti-balaka”. Ele assegurou que os milicianos, que se levantaram contra os ex-rebeldes majoritariamente muçulmanos da Seleka, que tomaram o poder, “não são inimigos”. “São irmãos”, afirmou.

    Neste sábado, apesar dos apelos da ONU e de autoridades locais pelo fim dos massacres religiosos, um muçulmano que estava em uma motocicleta foi morto a golpes de facão em Bangui por moradores do bairro Combattant, perto do aeroporto, segundo testemunhos obtidos pela AFP.

    Instantes depois, as pessoas exibiram as mãos decepadas da vítima, constatou um jornalista da AFP.

    Outro homem ficou ferido e conseguiu se refugiar na base francesa próxima.

    Em “mensagem de rádio dirigida ao povo” centro-africano à noite, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu “aos líderes religiosos e às autoridades locais, muçulmanas ou cristãs, para trocar mensagens de paz”. “O derramamento de sangue deve parar”, insistiu.

    Os massacres entre cristãos e muçulmanos deixaram “más de 600 mortos” em uma semana na República Centro-africana, e 160.000 deslocados só em Bangui, segundo a ONU.

    Desconhece-se o número de vítimas no resto do país. Uma agência da ONU destacou nesta sexta o massacre de 27 muçulmanos em um povoado do oeste do país.

    Até a chegada ao poder dos rebeldes Seleka, majoritariamente muçulmanos, em Março de 2013, cristãos e muçulmanos viviam sem conflitos neste país de 4,5 milhões de habitantes, dos quais 80% são cristãos. (afp.com)

    Publicidade

    spot_img

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    ‘Brasil não pode entrar apenas como vítima em debate sobre reparação de Portugal pela escravidão’, diz Luiz Felipe de Alencastro

    A discussão sobre reparação histórica pela escravidão e pelos crimes cometidos durante o período colonial não pode se resumir...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema