A poucas horas de se conhecerem os primeiros resultados das eleições presidenciais mais concorridas da história recente dos Estados Unidos, analistas e apoiantes apostam as suas fichas num resultado renhido, mas com pendor para os respectivos candidatos.
Apesar da pandemia que impôs à campanha um cariz completamente atípico, as duas campanhas avançaram com agendas carregadas nas últimas semanas, levando os seus apoiantes a acreditar na vitória do seu candidato.
Luís António Faria, conhecido por Tó Faria, empresário, escritor e comentador é republicano e acredita na vitória do Presidente Trump.
Ele diz não confiar nas sondagens que também em 2016 davam vantagem a Hillary Clinton e aponta para outro factor.
“Entusiasmo”, diz Faria que lembra o facto de Trump arrastar milhares de pessoas para os seus comícios, enquanto Biden apenas conseguia “150 ou até apenas pessoas da organização”.
Aquele comentador dá apenas “15 por cento de hipóteses” de derrota para Trump.
Diniz Borges, professor universitário, director do Instituto Português Além Fronteiras da Universidade Estadual da Califórnia e comentador, é democrata e tem uma “esperança cautelosa” em relação à vitória do antigo vice-presidente Joe Biden.
Apesar da vantagem que as sondagens dão ao candidato Joe Biden, nos cinco Estados que vão determinar o resultado, aquele analista lembra que esse quadro embora parecido ao de 2016 quando Hillary Clinton concorreu à Presidência, “não é igual”.
“Neste momento, Donald Trump não é uma novidade, o eleitorado americano já o conhece, sabe como tem sido a governação dele nos últimos quatro anos e ele não tem a mesma desvantagem em termos políticos como há quatro anos”, aponta Borges, quem destaca “as circunstâncias diferentes em relação a 2016”.
Os próximos anos
Em caso de vitória de Trump, Tó Faria acredita que ele vai dar continuidade “à construção do muro na fronteira com o México, que tem permitido uma enorme redução da imigração ilegal”, vai fazer regressar as tropas à casa, deixando um pequeno remanescente na Síria e no Iraque, “concluir os acordos comerciais que têm beneficiado a América, principalmente na agricultura” e recuperar a economia.
Por seu lado, Diniz Borges lembra a difícil situação em que se encontra o país, principalmente devido à pandemia e aponta que os dois “primeiros anos serão terríveis”.
“Há uma polarização na sociedade americana em relação à pandemia, não só em relação à política, e Donald Trump tem tido uma posição muito dificultosa para os americanos”, lembra Borges.
Apesar da economia “estar nas ruas da amargura”, aquele analista acredita que, com Biden, é possível potenciar “a grande força económica dessa nação”.