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    Economia angolana: Abertura aos privados

    Manuel Nunes Júnior
    Manuel Nunes Júnior

    Angola continua com uma posição económica robusta e credível, afirmou em Luanda Manuel Nunes Júnior, professor da Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto, no seminário internacional sobre “Crescimento Económico e Desenvolvimento Humano Sustentável”.

    Angola continua com uma posição económica robusta e credível afirmou em Luanda Manuel Nunes Júnior, professor da Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto, no seminário internacional sobre “Crescimento Económico e Desenvolvimento Humano Sustentável”.

    Nos últimos cinco anos, Angola cresceu a uma taxa média anual de 9,2 por cento, E a produção não petrolífera neste período quase duplicou. Manuel Nunes Júnior diz que o crescimento foi puxado pelo investimento público “que tem criado externalidades positivas para o engrandecimento do sector privado”.

    O economista admitiu que, para os próximos cinco anos, se prevê um crescimento médio anual do Produto Interno Bruto (BIB) de 7,1 por cento, fortemente impulsionado pelo sector não petrolífero, estimado em 9,5 por cento, contra 1,75 por cento do sector petrolífero, num momento em que a inflação diminui de forma significativa.
Em 2012, a inflação acumulada ficou à volta de dez por cento e, para este ano, estima-se uma inflação na ordem de nove por cento. Para os próximos cinco anos, projecta-se uma inflação média anual de sete por cento.

    Para uma melhor perspectiva, Manuel Nunes Júnior compara a Angola actual à de 1996, altura em que a taxa de inflação rondava os três mil por cento.
Com a redução da inflação, o país aguarda um significativo clima de negócios. Manuel Júnior defende que “o importante para os próximos cinco anos é que o país continue a crescer”. Angola conseguiu no ano passado reservas internacionais líquidas na ordem dos 3,2 triliões de kwanzas.

    Economia vulnerável

    Para o presente ano, está previsto que as reservas internacionais líquidas se situem em torno dos quarto triliões de kwanzas e, para o período que se estende até 2017, projectam-se reservas de pelo menos 5,3 triliões de kwanzas.
Apesar dos avanços na economia angolana, o sector petrolífero representa ainda d 45 por cento do Produto Interno Bruto, mais de 70 por cento das receitas fiscais e mais de 90 por cento das exportações, o que torna a economia nacional ainda muito vulnerável a choques externos.

    Manuel Júnior sublinhou que “o grande desafio que se coloca a Angola é a intensificação da diversificação da economia”.
O economista afirmou  que o país deve afastar-se daquilo que muitos autores dizem ser “maldição dos recursos naturais”, situação paradoxal em que um país rico em recursos naturais estagna do ponto de vista económico e não consegue proporcionar ao seu povo uma qualidade de vida adequada.


    Plano internacional

    O presidente não executivo do banco português BANIF e consultor internacional, Luís Amado, que dissertou sobre a responsabilidade das empresas, apelou às organizações para terem em consideração o contexto muito específico do processo de desenvolvimento de Angola, quando abordam a realidade da economia africana. Para Luís Amado “se não percebermos as mudanças que estão a ocorrer do ponto de vista internacional, qualquer empresa que tenha por objecto da sua actividade os mercados globais e internacionais, é seriamente afectada por essa falta de perspectiva”.

    O consultor acrescenta que “se a África Austral for capaz de gerar uma economia dinâmica que responda às expectativas de crescimento económico e de distribuição de riqueza, o sistema internacional, a economia e o sistema financeiro mundial ficam em condições de equilíbrio que permitem a estabilidade necessária para a paz e para o desenvolvimento da humanidade durante este século”.

    O século africano

    Luís Amado afirmou que a actuação das empresas na relação com África “deve ter em conta que este é um século africano e que a sabedoria dos dirigentes africanos preserva o legado mais importante do Ocidente no continente africano, que é o legado da fronteira, com poucas excepções impostas pela dinâmica dos acontecimentos”.

    O antigo ministro português da defesa e das Relações Exteriores disse que “as empresas têm de saber fazer as suas opções de diversificação de negócios, em função dos diferentes ambientes e das diferentes oportunidades estratégicas, mas têm também de saber gerir o risco de presença e de sustentabilidade”.

    Armando Estrela (jornaldeangola.com)

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