Um técnico de Informática, natural do Rwanda, procurado pelo seu papel supostamente no genocídio dos Tutsis de 1994, foi extraditado terça-feira da Dinamarca para Kigali, soube-se esta quarta-feira de fonte oficial ruandesa.
Wenceslas Twagirayezu, de 50 anos de idade, que na época do genocídio ensinava numa escola primária, no norte do Rwanda, era também, segundo o Tribunal general de Kigali, responsável local da coligação para a defesa da República (CDR), um partido extremista hutu.
Depois de fugir do seu país, chegou à Dinamarca em 2001, onde obteve a nacionalidade três anos mais tarde. Twagirayezu é acusado de crimes de “genocídio e crimes contra a humanidade” pelo papel que terá jogado nos ataques contre os Tutsis, em diferentes locais da antiga prefeitura de Gisenyi (norte).
Segundo a acusação, um dos ataques visava a Igreja paroquiál de Busasamana, onde pelo menos um terço dos 3000 Tutsis que haviam encontrado refúgio ali foi morto.
O genecídio no Rwanda, cometido entre Abril e Julho de 1994, fez mais de 800.000 mortos, segundo a ONU, muito maioritariamente no seio dos Tutsis.
O Tribunal assegurou que Twagirayezu iria beneficiar de um processo “equitativo”, e agradeceu ao Reino da Dinamarca, apelando “aos outros países onde ainda circulam livremente ruandeses suspeitos de genocídio de tomar medidas afim de por fim à impunidade”.
Twagirayezu, que trabalhava no ramo da informática na Dimarca, é o segundo suspeito de genocídio extraditado para o Rwanda por este país, depois de Emmanuel Mbarushimana, entregue às autoridades de Kigali em 2014.