O desordenamento de alguns bairros, particularmente, os da sede da província, tem condicionado a capacidade de resposta e intervenção dos bombeiros quando solicitados, informou hoje, terça-feira, o porta-voz do comando provincial do Cuanza Norte do Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros, André da Costa.
Em declarações à Angop, o oficial indicou que quando chamados, as acções de socorro têm sido dificultadas pela má urbanização de extensos bairros da cidade, condicionando a capacidade de resposta e intervenção dos bombeiros.
André da Costa apontou os bairros Camungo, Tala Hady, 1º de Agosto, Quibuangoma , Kilamba Kiaxi, Sambizanga, entre outros, todos da cidade de Ndalatando, como sendo os de maiores dificuldades de acesso para a entrada de viaturas dos bombeiros.
Fez saber que em casa de incêndio no meio de um desses bairros, seriam necessários fazer-se entre seis a sete lançamentos de mangueiras, correspondente a uma distância de 800 a mil metros, facto que dificulta as operações dos bombeiros e atrasa a reacção das forças.
Pelos motivos apontados, tem-se assistido a ocorrência de situações que resultam, por vezes, em perda de vidas humanas e a destruição de património público e privado, facto que tem deixado insatisfeita a população relativamente ao desempenho da corporação.
Defende, por isso, maior fiscalização e uma actuação rigorosa das administrações municipais, com vista a impedir o surgimento de novos bairros sem arruamentos e com falta de dispositivos de segurança contra os incêndios.
Acrescentou que contrariamente aos bairros, a acessibilidade no casco urbano da cidade de Ndalatando é boa, porém, a grande preocupação da corporação reside na insuficiência dos hidrantes urbanos e no estado inoperante de alguns deles.
Sublinhou que em alguns pontos da cidade e edifícios possuem bocas-de-incêndios mas não funcionam, assim é como se não existissem e, outros ainda funcionam mais não têm pessoal treinado para as manejar.
Disse que a nível da cidade foram instalados cerca de 14 marcos de incêndios, que desde o fim da requalificação do casco urbano, há mais de 10 anos, nunca foram entregues aos bombeiros, pelo que a corporação desconhece o seu estado funcional.
Esclareceu que estes são meios de segunda intervenção, de uso exclusivo do serviço de bombeiros e, que depois da canalização e triagem, devem passar imediatamente para a sua responsabilidade.
André da Costa considera ainda insuficiente o número de marcos de incêndio instalados em Ndalatando, dado a dimensão da própria cidade, sublinhado que a lei base de segurança contra incêndio determina a colocação de um dispositivo do género em cada 150 metros e nos edifícios em cada 10 metros.
Frisou que o funcionamento desses dispositivos ajudaria a fazer face a determinadas situações e reduziria o nível de vulnerabilidade da cidade em caso de incêndios.
Lembrou que os extintores e bocas e incêndios instalados em edifícios públicos, habitacionais ou empresariais devem ser verificados periodicamente, porém, nota-se que estes meios que servem para fazer face a primeira intervenção aos incêndios até a chegada dos bombeiros, não beneficia de manutenção. (ANGOP)