Antigo vice-reitor da Universidade de Coimbra foi colhido por comboio, junto à estação de Coimbra-B. Empresa sabia que portas das carruagens podiam ser abertas em locais indevidos e só resolveu problema após morte do professor catedrático.
Apesar de “uma frequência significativa de eventos relacionados com a abertura das portas em locais indevidos”, a CP não procedeu a uma “análise desse risco para o caso das portas de abertura manual” dos comboios de alta velocidade.
Também não implementou mecanismos que impedissem que as portas das carruagens pudessem ser abertas quando a circulação acontecia a menos de cinco quilómetros/hora. Só após o acidente que, em janeiro de 2020, matou o professor catedrático da Universidade de Coimbra, Sebastião Tavares de Pinho, junto à estação de Coimbra-B, é que a empresa tomou medidas para travar episódios semelhantes.
A conclusão é do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) e está expressa no relatório que concluiu a investigação ao caso, ocorrido em 23 de janeiro de 2020. Nesse dia, o antigo vice-reitor da Universidade de Coimbra, de 82 anos, regressava a casa, depois de ter participado, em Lisboa, na sessão de homenagem ao professor José V. de Pina Martins.