A cerca sanitária aplicada gradualmente à clínica Multiperfil, desde o dia 30 de Maio último, pode ser levantada hoje (sexta-feira, dia 12), mediante os resultados dos trabalhos sanitários em curso, informou esta quinta-feira, em Luanda, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.
Em conferência de imprensa de actualização dos dados epidemiológica da Covid-19 no país, nas últimas 24 horas, explicou que uma equipa de saúde pública está a terminar os detalhes no cordão sanitário desta unidade hospitalar de referência nacional.
A decretação do cordão sanitário à Clínica Multiperfil deveu-se ao surgimento de dois casos, envolvendo angolanos de 82 e 43 anos de idade, respectivamente, levando ao isolamento inicial do bloco que alberga a enfermaria em que estavam internados os pacientes infectados.
Mas, depois, em função do surgimento de mais casos, as autoridades sanitárias decidiram alargar o cerco por toda essa clínica, que, em contra-senso, faz igualmente parte dos hospitais de referência “credenciados” para tratar esta pandemia.
“Há toda uma estratégia montada para que, de acordo com a palavra que deixamos aqui (no CIAM) há 72 horas, até amanha de manhã tenhamos os resultados dos exames feitos e analisados. E as nossas competentes equipas farão o seu trabalho de levantamento da cerca”, referiu.
A ministra reiterou que o risco da contaminação e letalidade da doença ainda é prevalecente, não obstante a maioria dos casos serem importados e de transmissão local, o que deve obrigar as pessoas ao uso permanente das máscaras, a lavagens das mãos, ao distanciamento social e outras medidas.
Na ocasião, a também porta-voz da Comissão Multissectorial para a Prevenção e o Combate à Pandemia, reiterou que o país continua a criar condições institucionais adequadas para receber pessoas provenientes dos países com circulação comunitária do vírus e controlar a doença.
Relativamente à possibilidade de os pacientes recuperados pela Covid-19 participarem no processo de activismo para a luta contra a doença, a ministra disse que tal só pode suceder por iniciativa dos visados, pois, em termos clínicos, é proibido devido a questões legais ligadas à ética e sigilo profissional de que lhes assiste.
A ministra da Saúde descartou também a hipótese de se voltar a decretar um novo Estado de Emergência, devido ao avolumar de casos em Angola, que registou, nas últimas 24 horas, cinco novos casos positivos e mais uma morte, somando agora 118 casos positivos dos quais cinco óbitos, 41 recuperados e 72 activos.
Acrescentou que, apesar do incremento numérico de novos casos da Covid-19 no país, são na sua maioria de transmissão local (62) e importados (55), e todos devidamente controlados.
“Vamos cuidar das nossas cercas locais e esperamos que não hajam mais propagação. E vamos também continuar a manter a cerca de Luanda”, asseverou a ministra, numa altura em que continua também sob cerca sanitária o bairro Hoji-Ya-Henda, depois de liberados o Cassenda e o Futungo.