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    Corredor do Lobito: Pretendemos criar um sistema intermodal eficaz e mais interactivo

    JoseLuyindulaCorredorLobitoO responsável do Corredor do Lobito, José Luyindula, destaca a importância que o mesmo representa numa altura em que o seu objectivo primordial  visa impulsionar o desenvolvimento dos países.

    Jornal de Economia & Fi­nanças (JE) – O que é o Cor­redor do Lobito?

    José Luyindula (JL) – Es­tamos a nos referir de um corredor de desenvolvimen­to, que é uma via principal de transporte regional, que parte do Porto do Lobito às regiões mineiras de Katan­ga (República Democrática do Congo) e Copperbelt na (Zâmbia), atravessando em território angolano, as pro­víncias de Benguela, Huam­bo, Bié, Moxico e indirec­tamente as províncias das Lundas-Norte e Sul. Fazem parte países como a Repú­blica de Angola, Zâmbia e a vizinha República Democrá­tica do Congo.

    JE – Qual é o principal ob­jectivo do Corredor do Lo­bito? JL – O projecto visa facilitar o acesso ao mar das províncias de Benguela (interior), Huambo, Bié, Mo­xico e dos países vizinhos, sem litoral, particularmen­te a República Democrática do Congo e da Zâmbia. O projecto servirá igualmente de eixo de exportação mais económica para os mineiros e derivados do petróleo de Angola, RDCongo e Zâmbia, com destino para a Europa, América e outras paragens, bem como na importação de bens para esta sub-região, sem litoral, da SADC.

    JE – Quais são as infra-es­truturas que integram o Cor­redor do Lobito?

    JL – O Porto do Lobito, Caminho-de-Ferro de Ben­guela, Aeroporto Interna­cional da Catumbela, de Benguela, Huambo, Kuito e Luena. Além disso, vão ser criadas plataformas lo­gísticas previstas no estudo elaborado ao longo deste corredor, nomeadamente o centro de carga aérea, as urbanas, as regionais e as transfronteiriças.

    JE – O que já foi feito até agora para a implementação deste ambicioso projecto?

    JL – Temos algumas obras já concluídas e outras em curso, com destaque para a requalificação do Porto de Lobito, o Aeroporto Inter­nacional da Catumbela, a Estrada Trans-Africana TAH Nº 9, as centrais hidro-eléc­tricas de Lumaúm, Biópio e Gove, a fábrica de Cimento da Catumbela, a base de ar­mazenamento de combus­tíveis e lubrificantes da So­nangol do Lobito, o Estaleiro Naval, as estradas nacionais que ligam para o Sul, Norte e Leste do país.

    JE – Qual é a estimativa em termos de investimento para a conclusão das obras nos três países?

    JL – Não existe um estudo de viabilidade conclusivo em termos de investimento para a conclusão das obras nos três países. Até à data, o Executivo angolano já inves­tiu cerca 1,2 mil milhões de dólares norte-americanos, cerca de 120 mil milhões de kwanzas, e ao longo da reu­nião tripartida verificou-se que as necessidades da RDC estão orçadas em mais de 500 milhões de dólares, ao passo que as necessidades da Zâmbia vão acima de 15 milhões de dólares.

    JE – Quais são os benefí­cios que o corredor vai trazer para os países membros?

    JL – O Corredor de Desen­volvimento do Lobito é um dos importantes sistemas re­gionais de infra-estruturas, tido como factor chave para a atracção de investimentos, promovendo o crescimento económico sustentável atra­vés da mobilização de ca­pitais que permitam desen­volver, com fortes impactos económicos, a criação de emprego, o aumento do mer­cado para a produção nacio­nal e a exploração de recur­sos mineiros, o comércio em geral, as infra-estruturas, a indústria, assim como o tu­rismo entre os países inte­grantes do Corredor de De­senvolvimento do Lobito.

    JE – Que recursos se pode encontrar ao longo do Corre­dor do Lobito?

    JL – Podemos encontrar vastas áreas férteis com po­tencialidades para o desen­volvimento agro-pecuário, diversos recursos minerais, uma grande bacia hidro­gráfica com água suficiente para a produção de energia e irrigação, um eixo rodo-ferroviário que atravessa uma zona com uma econo­mia potencial e complemen­tar para o desenvolvimento industrial, agro-pecuário, com forte pontecial para o aparecimento de platafor­mas logísticas. Também, terá um eixo ferroviário que vai permitir recuperar, cons­truir e desenvolver várias in­fra-estruturas minerais nas províncias do Moxico e das Lundas Norte e Sul.

    JE – Podemos considerar o Corredor do Lobito factor de desenvolvimento das econo­mias da região?

    JL – Sim. O Corredor do Lobito deve ser considera­do uma oportunidade e um catalisador do desenvolvi­mento económico integral e do progresso social dos países em que está inserido, pois foi concebido para adi­cionar os tradicionais fluxos comerciais, preparada para gerar fluxos transversais tornando-se, assim, num factor de desenvolvimento das regiões que lhe são pe­riféricas.

    JE – Para quando se prevê o início das transacções?

    JL – A julgar pelo ritmo das obras, e o interesse apresenta­do pelas partes que integram a comissão conjunta triparti­da, podemos apontar o mês de Dezembro do corrente, como provável período para o arranque das primeiras tran­sacções, principalmente para as infra-estruturas angolanas cujos níveis de execução estão em fase conclusiva.

    ANDRÉ SIBI (Jornal de Economia & Finanças)

     

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