O VII congresso extraordinário do MPLA, a realizar-se no sábado, visa primar pela coesão e unidade do partido e reafirmar a liderança do presidente do Partido, João Lourenço, afirmou a vice-presidente Luísa Damião.
Em entrevista ao Jornal de Angola publicada na edição desta sexta-feira e citada pela Angop, Luísa Damião fala da importância do conclave, que visa igualmente traçar estratégias para desafios como as eleições autárquicas e alargar o Comité Central.
Esse órgão de direcção do MPLA passará de 366 para 497 membros. Sessenta e um por cento dos novos 134 membros são jovens, o que visa assegurar a transição geracional.
Adianta que 42,53 por cento dos novos membros são mulheres, no quadro dos esforços para alcançar a paridade no género, tendo em conta valores como a meritocracia e os compromissos regionais e internacionais assumidos pelo país.
Desmente a ideia de muitos desses jovens serem “paraquedistas” e entrarem para a direcção do partido “com os olhos em cargos públicos”, referindo que 134 foram seleccionados pelos comités provinciais, 10 pela JMPLA, igual número pela organização de mulheres, OMA, e outros pela direcção central do partido.
Adianta serem jovens doutores, mestres, licenciados, da sociedade civil, de vários estratos sociais e com formações em diversas áreas, com soluções e ideias inovadoras, que serão uma mais-valia para os desafios futuros, aliando a experiência dos mais velhos à frescura juvenil.
Informou que os ajustamentos pontuais aos estatutos incidirão sobre alguns artigos como os ligados a composição dos órgãos colegiais e intermédios, a fixação do número de membros e o mandato dos órgãos.
Quanto aos jornalistas indicados para o Comité Central, disse que caberá a esses profissionais, dentro dos princípios da imparcialidade e da objectividade, decidir se optam pelo exercício do jornalismo quando abraçam a política.
A vice-presidente do MPLA augura que o partido vai sair do congresso mais fortalecido, com ideias inovadoras, com mais soluções para alguns problemas sociais, uma maior inserção na sociedade, e uma maior proximidade entre os dirigentes e os militantes.
Esclarece que Tchizé dos Santos não foi afastada ou sancionada, mas suspensa para responder a um processo disciplinar, tendo o direito a defender-se.
Disse que os militantes são livres de emitir opiniões, “mas em locais próprios”, pautando pela disciplina, que tornou o MPLA num partido forte, moderno, dinâmico e democrático.
Reafirmou o apoio ao Executivo na moralização da sociedade e no combate a sério a males como a corrupção, à corrupção, à impunidade, ao nepotismo e à bajulação, que corroem o tecido económico e social, fragilizam as instituições e afugentam os investidores estrangeiros.
Declarou que o MPLA, como partido de paz, quer sarar as feridas resultantes do vários conflitos, como o da chamada intentona do 27 de Maio, com o objectivo de construir uma Angola cada vez mais congregadora, que sirva de exemplo para alguns países da região.
Luísa Damião olha para o funeral público do líder fundador da UNITA, Jonas Savimbi, realizado a 1 do corrente, “como um sinal claro de que estamos a cimentar a reconciliação nacional entre os angolanos”.
A dirigente reafirmou abertura a discussões sobre o gradualismo na realização das autarquias locais, essenciais para se construir uma sociedade democrática e como a maior reforma administrativa no país.
Disse que o MPLA está aberto e defende o consenso para as grandes questões nacionais, e que os deputados saberão discutir até à exaustão e saberão o que é melhor para os angolanos.
Luísa Damião considera-se “apenas uma vice-presidente”, que trabalha com uma equipa que sente que está a caminhar bem e que procura dar o melhor de si, esperando ser lembrada como uma mulher trabalhadora, que (…) trouxe também algumas ideias para ajudar o MPLA nesta rota da democracia, da modernização e congregação de pessoas de todas as latitudes.
Disse ter metas “muito humildes”, no sentido de cumprir bem o seu papel, fazer com que mais mulheres possam continuar a acreditar no MPLA, e de buscar soluções inovadoras para levar o partido a alcançar as suas metas e os grandes objectivos a que se propôs.