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    Comércio de bens com Angola sofre maior revés desde 1999

    Lisboa (Foto: D.R.)
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    As relações comerciais (mercadorias) entre Portugal e Angola caíram para cerca de metade do valor registado nos primeiros dois meses do ano face ao mesmo período de 2014. Exportações e importações valiam 915 milhões de euros há um ano.

    Agora, o Instituto Nacional de Estatística (INE) contabiliza 434 milhões de euros. Trata-se do maior revés no volume de trocas comerciais dos últimos 16 anos. Em 1999, a quebra foi de 54%. Os dados anuais (2014) indicam o mesmo.

    De acordo com os dados do comércio internacional ontem divulgados, o mercado angolano, que já foi o quinto mais importante para Portugal, está a comprar muito menos e acaba por ser o país (devido à importância que ainda tem) que mais trava as exportações nos dois primeiros meses do ano.

    As vendas de Portugal para o parceiro africano cederam quase 30% em termos homólogos. Também é preciso recuar até 1999 para encontrar um registo pior. Boa parte da desvalorização está relacionada com a crise financeira que se instalou no país por causa da redução abrupta dos preços do petróleo, a principal receita soberana.

    Impressionante é o colapso das importações procedentes do país, que cederam 79%. Portugal gastou em Angola 94 milhões de euros em dois meses. Há um ano a fatura ascendeu a 449 milhões. Uma vez mais a forte quebra no preço do petróleo foi decisiva para a redução verificada, confirmam as estatísticas oficiais.

    Exportações sobem 1%

    O quadro mais geral indica que o valor das exportações de mercadorias totais, nos dois primeiros meses deste ano, aumentou 1% face a igual período de 2014. Trata-se de uma ligeira melhoria, tendo em conta que as vendas ao exterior tinham caído 2,4% em janeiro, em termos homólogos. A Europa torna a ser o motor desta retoma, ainda que tímida.

    Portugal exportou bens no valor de 7,8 mil milhões de euros em janeiro e fevereiro, tendo a subida sido ditada pelas vendas aos parceiros europeus. O mercado da UE reforçou 3%, para 5,8 mil milhões.

    Já fora da UE, a crise ainda é a tónica dominante. As vendas voltaram a cair em termos homólogos, recuando 4,5% para dois mil milhões vendidos nos dois meses.

    Importações recuam 7%

    As importações totais também estão a cair, embora menos do que em janeiro, tendo recuado nos dois primeiros meses quase 7%, para 8,9 mil milhões de euros.

    Mas estes números indicam que Portugal continua a ter um défice com o exterior na ordem dos 1,1 mil milhões de euros (importa mais do que exporta), desequilíbrio que penaliza o produto (PIB).

    Analisando apenas fevereiro de 2015, o aumento foi “resultado da evolução do comércio intra-UE (em especial nos combustíveis minerais, máquinas eaparelhos)”, dado que as exportações extra-UE caíram, observa o INE.

    As vendas para fora da Europa caíram 1,7% em termos homólogos em fevereiro. O INE diz que o valor reflete “sobretudo a redução das máquinas e aparelhos (nomeadamente transformadores de dielétrico líquido)”, menos valor vendido em “metais comuns” (sobretudo construções de ferro ou aço) e de “minerais e minérios”, como cimentos.

    Espanha, Moçambique, Irão, Brasil

    As exportações para Espanha, que se mantém como maior parceiro comercial do país, ganharam 7,5% (total de dois mil milhões de euros nos dois meses em análise), para a Alemanha o reforço foi de 3,6% (para 996 milhões de euros).

    De assinalar também os maiores contributos para o crescimento das exportações para fora da Europa.

    Entre os parceiros históricos, o INE regista os aumentos de 560% para o Irão, de 40% nas expedições para Moçambique, de 18% para o Brasil, de 6% para os Estados Unidos. Nota ainda para os incrementos exponenciais de 1888% nas vendas para o Bahrain e de 771% no caso do Uruguai. (dinheirovivo.pt)

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