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    Cabo Verde. Montagens com a cara de líder da oposição em imagens pornográficas gera indignação

    A manipulação e publicação no Facebook de uma imagem da líder do maior partido da oposição em Cabo Verde está a criar uma onda de indignação. Janira Almada fala em “baixa política”.

    A manipulação e publicação no Facebook de uma imagem da líder do maior partido da oposição em Cabo Verde (PAICV) foi condenada esta sexta-feira pelo partido do Governo, o primeiro-ministro, o presidente da Assembleia Nacional e o chefe de Estado.

    O Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV) anunciou na quinta-feira que a sua presidente vai apresentar uma queixa na Comissão Nacional da Protecção de Dados e na Procuradoria-Geral da República contra os autores de montagens com a sua cara em situações pornográficas.

    Na sua página na rede social Facebook, Janira Hopffer Almada escreveu que foi alertada por “vários amigos e camaradas” de que estavam a circular nas redes sociais “imagens montadas e manipuladas, em situações pornográficas”, com a fotografia da sua cara.

    “Quanto desespero! Quanta vontade de me denegrir e de me atingir! Mas, confesso-vos que não me espantou! Pela baixa política de que tenho sido alvo, essa é apenas mais uma tentativa de me denegrir, por um lado, e de me desanimar, por outro lado!”, prossegue o comentário da líder do PAICV.

    Em comunicado, o PAICV manifestou a sua “indignação e repúdio, pela baixa política, com a montagem e manipulação da imagem da presidente do partido”.

    Esta sexta-feira, o partido no poder em Cabo Verde — o Movimento para a Democracia (MpD) — publicou um comunicado na rede social Facebook a condenar “veementemente a manipulação da imagem da Dr.ª Janira Hopher Almada publicada em post do Facebook, quer na sua qualidade de presidente do PAICV, quer de cidadã respeitável deste país”.

    O MpD condenou ainda e “com a mesma veemência” a tentativa de imputar ao partido a autoria da publicação.

    “O MpD não adopta esses métodos na luta política, assim como qualquer outro instrumento de comunicação panfletária e cobarde a coberto de anonimato”, lê-se na nota que prossegue: “Quem tem razões para estar desesperado seguramente não é o MpD. Não faz sentido nenhum”.

    Também através do Facebook, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, classificou de “condenável, seja com que motivação for e de onde vier, a manipulação de imagens nas redes sociais de pessoas com responsabilidades políticas neste país, como aconteceu com a Dra. Janira Hopher Almada”.

    “É condenável que, implícita ou explicitamente, se acuse ou se deixe no ar a acusação velada a adversários políticos por tão hediondo método usado no Facebook para atingir a presidente do PAICV”, prossegue o chefe do Governo.

    Para Ulisses Correia e Silva, “moralizar a política e apresentá-la aos olhos dos cidadãos como uma actividade nobre desenvolvida por mulheres e homens bons deste país, é uma obrigação de todos os partidos políticos e uma responsabilidade da cidadania”.

    Outra reacção registada esta sexta-feira pela agência de notícias cabo-verdiana (Inforpress) foi a do presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos, que defendeu a criação de condições legislativas para blindar a manipulação de imagem.

    No final de uma visita à estação da Rádio Televisão de Cabo Verde, na cidade da Praia, Jorge Santos disse aos jornalistas que “as redes sociais têm que transmitir notícias, circular comunicação e não denegrir a imagem das pessoas”.

    “Eu penso que a regulação nacional, e nós, enquanto poderes públicos, e o Parlamento em particular, como casa das leis, devemos criar condições legislativas para blindar esse tipo de acções”, declarou.

    Também citado pela Inforpress, o Presidente da República cabo-verdiano condenou a montagem usando a imagem de Janira Hopffer Almada e manifestou a “total solidariedade pessoal e institucional” para com a líder do maior partido da oposição.

    Para Jorge Carlos Fonseca, esta atitude é inaceitável. “O bom nome das pessoas e o direito à imagem não pode ser tratado desta forma baixa e inusitada”, afirmou. (Observador)

    por Lusa

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