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Boris Johnson pressionou a União Europeia para alterar os termos do acordo do Brexit, afirmando que, caso contrário, Bruxelas teria de assumir a responsabilidade por uma saída sem acordo. A União Europeia não está disposta a alterar as negociações feitas com a administração britânica anterior, mas o novo governo do primeiro-ministro pretende descartar o “backstop”.
“Se a posição da UE é que o acordo de saída não pode ser alterado – sem adicionar ou retirar condições, ponto final… que é a a posição que assumem… Então, neste caso estão a tomar a decisão de ver o Reino Unido sair sem acordo. E esta é uma responsabilidade que vão ter de assumir. Gostaríamos de chegar a acordo, mas o “backstop” nos termos em que está é antidemocrático e é algo que terá de ser removido.”
O “backstop”, o mecanismo de salvaguarda para prevenir o regresso de uma fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte volta a ser um ponto de discórdia.
Boris Johnson diz que espera que a União Europeia seja razoável e que aceite um novo acordo do Brexit.
“Vamos deixar a União Europeia a 31 de outubro, foi para isso que o povo deste país votou, foi para isso que os deputados votaram e é isso que os parlamentares deste país devem fazer. Creio que os deputados devem seguir em frente e cumprir o que prometeram várias vezes ao povo deste país. Cumprirão o mandato de 2016 e deixarão a UE a 31 de outubro.”
O Parlamento britânico votou repetidamente contra um Brexit sem acordo. Nesta quinta-feira, o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, disse que forçar um Brexit sem acordo durante uma campanha eleitoral seria “um abuso de poder sem precedentes, inconstitucional e antidemocrático”, da parte do primeiro-ministro britânico Boris Johnson.