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    Bolsonaro não está ‘interessado em ouvir comunidade internacional’, afirma especialista

    Um documento apresentado por parlamentares da União Europeia esta semana mostrou que a maioria dos deputados reprova o acordo do bloco com o Mercosul nos atuais termos. A principal ressalva está ligada às políticas ambientais do governo Bolsonaro.

    De acordo com o texto, os parlamentares europeus estão “extremamente preocupados com a política ambiental de Bolsonaro” e que o tratado não poderia ser ratificado “nessas circunstâncias”.

    A professora de Relações Internacionais ESPM-SP, Carolina Pavese, em entrevista à Sputnik Brasil, afirmou que ficou claro que o Parlamento Europeu tem poucas garantias que o Brasil vai cumprir suas obrigações em relação à sustentabilidade e aos direitos trabalhistas, incluídos no acordo que resguarda a questão do desenvolvimento sustentável.

    A especialista observa, no entanto, que o documento tem um efeito muito mais simbólico do que prático e “não deve alterar o curso da gestão do Brasil de sua política ambiental”.

    “O Brasil não parece estar tão preocupado como a Europa está se colocando, e também porque o acordo Mercosul-União Europeia é apenas um dos pontos no qual o parlamento recai, então não é um documento específico sobre o acordo”, afirmou.

    De acordo com ela, o governo de Jair Bolsonaro tem demonstrado desde o início do seu mandato que não está “muito disposto e nem interessado em ouvir a opinião da comunidade internacional em relação ao seu governo no sentido geral, e principalmente em relação às críticas de sua má administração das questões ambientais”.

    “Não acredito que a gente veja uma repercussão das críticas ambientais ao governo Bolsonaro. Ate porque, para piorar a situação, com relação à Europa, Bolsonaro tem demonstrado um certo desdém a essa relação. No ano passado não houve nenhuma visita oficial ao continente europeu, não houve nenhuma reunião de cúpula, e no discurso de política externa a Europa tem passado despercebida”, argumentou.

    A professora de Relações Internacionais destacou que a preocupação com a forma com que o governo Bolsonaro vem negligenciando a questão ambiental é “genuína”, porque este acordo carrega de fato um potencial de aumentar as exportações agrícolas do Brasil para o mercado europeu.

    “No Brasil opta-se por desenvolver um setor agrícola que não é feito de uma maneira sustentável, então essa produção em sua maioria é uma produção predatória e com sérios impactos pro meio ambiente e que corresponde às principais causas das queimadas e da destruição da nossa biodiversidade”, completou.

    As negociações para o acordo entre Mercosul e União Europeia foram concluídas em junho de 2019, mas o documento precisa ser aprovado por unanimidade no Conselho Europeu para entrar em vigor. Diversos países como a França e Áustria já manifestaram críticas ao acordo por conta das políticas ambientais do Brasil.

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    FonteSputnik

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