Benguela – A autonomia financeira e a formação permanente de professores, aliada à distribuição gratuita da merenda escolar são os incentivos que estao na base dos resultados satisfatórios do processo de inclusão de alunos com e sem deficiência na escola do Ensino Especial, na província de Benguela.
Em entrevista à Angop, nesta quinta-feira, a directora da escola do Ensino Especial, Maria Antónia Rocha, adiantou que mensalmente são alocados à instituição um total de sete milhões de kwanzas, o que permite uma maior gestão, à luz da Reforma Educativa e do Plano Nacional de Desenvolvimento, em execução até 2017.
Disse que, dada à autonomia financeira, a instituição tem garantido, nos últimos anos, a formação permanente dos professores, aquisição de material didáctico específico e a distribuição de refeições aos 845 alunos que frequentam aulas em dois períodos lectivos.
Tais factores, acrescentou, têm contribuído para redução do absentismo e, elevado o processo de socialização e interacção entre alunos com deficiência e crianças normais, durante o processo de ensino e aprendizagem.
Explica que 400 dos 845 alunos possuem deficiência intelectual, auditiva e visual, cujo acompanhamento é feito por 53 professores que garantem o funcionamento normal das aulas e das actividades extra-escolares condizentes com as necessidades específicas dos educandos.
Neste momento, referiu, a escola que lecciona o ensino primário e o Iº ciclo (secundário) debate-se com o problemas de superlotação, por congregar um número que ultrapassa os 260 alunos, concebidos para a capacidade da instituição de ensino.
Considera que a superlotação tem a ver com o facto de ser a única instituição do género na província, apetrechada com equipamentos dotados de tecnologia que apoiam o processo de diagnóstico às crianças com necessidades educativas especiais, que ocorre antes da matrícula.
No presente ano lectivo, segundo a gestora, a escola vai receber mais 10 professores, aumentando para 63 o número de educadores existente, como forma de assegurar as actividades lectivas e melhorar os resultados, no processo de ensino e aprendizagem.
“Cerca de 80 porcento dos 845 alunos (com deficiência normal) que frequentaram o último ano lectivo transitou de classe, pese embora muitos deles vivam nos municípios do litoral da província e sejam de famílias de baixa renda”, frisou.
A directora, garantiu a entrada em funcionamento para breve de mais duas escolas do ensino especial, sendo uma no bairro da Senhora da Graça, arredores da cidade de Benguela, e outra no município do Bocoio.
Com o surgimento de mais escolas, de acordo com a entrevistada, poder-se-a reduzir a superlotação que se regista na única escola que congrega crianças, adolescentes e adultos nos dez municípios que integram a província de Benguela.
Defendeu, também, a edificação de centros de formação técnico-profissional para alunos com necessidades educativas especiais no sentido de haver uma efectiva integração na sociedade. (portalangop.co.ao)