A antiga ministra da Saúde de França, Agnès Buzyn, foi nomeada à Organização Mundial de Saúde, em Genebra, onde ela será encarregada do acompanhamento das questões multilaterais da agência da ONU.
Médica de formação, Buzyn, foi criticada pela sua gestão da crise sanitária durante o mandato como ministra no seu país. Segundo ela anunciou nesta terça-feira, vai desempenhar as suas novas funções junto do gabinete do director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A Organização Mundial de Saúde informou à France Presse que Agnès Buzyn ficará sediada em Genebra e exercerá a função de “emissária do director-geral”, para os assuntos multilaterais.
De acordo com a OMS, a missão de Buzyn consistirá em mobilizar os dirigentes políticos, ao mais alto nível, de forma a reforçar a participação da organização nas instâncias internacionais e no plano interno, a coordenar a diplomacia sanitária da OMS, confrontada actualmente com a pandemia de coronavírus.
A nomeação de Agnès Buzyn, de 58 anos de idade, marca uma nova etapa na carreira política da médica especialista em leucemia e no transplante da medula, que até ao seu ingresso, em 2017, no anterior governo francês chefiado por Édouard Philippe, era desconhecida da opinião pública francesa.
Em Fevereiro de 2020, no início da epidemia, Agnès Buzyn, tinha abandonado as suas funções de ministra da Saúde de França, para candidatar-se à presidência da Câmara de Paris, eleição na qual ela foi vencida pela socialista Anne Hidalgo e pela republicana Rachida Dati.
A sua nomeação à OMS, foi criticada por vários dirigentes políticos franceses, nomeadamente o deputado Bastien Lachaud do partido de esquerda, La France Insoumise, que acusou Buzyn de “desertar Paris” graças à uma oligarquia na qual a “nulidade, a derrota e a cobardia são recompensadas”.