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    Angola está no caminho certo – Embaixador Hendrick Vaal Neto

    Hendrick Vaal Neto - Embaixador de Angola no Zimbábwe (Foto: cedida a Angop)
    Hendrick Vaal Neto – Embaixador de Angola no Zimbábwe (Foto: cedida a Angop)

    Angola está no caminho certo para a estabilização sócio-económica e política, proporcionando o crescimento e bem-estar para a população do país, afirmou o embaixador angolano na República do Zimbábwe, Pedro Hendrick Vaal Neto.

    Em entrevista à Angop, o diplomata sublinhou que os angolanos, que celebram a 11 de Novembro próximo 40 anos de independência nacional, estão fortemente unidos na solução dos seus problemas, sobretudo na manutenção da paz.

    Eis a entrevista na íntegra:

    ANGOP – Angola completa, no próximo dia 11 de Novembro, 40 anos de independência. O que significa para si essa efeméride?

    Hendrick Vaal Neto (HVN): Representa um teste de maturidade, tendo em conta as complexidades do ponto de vista interno e externo, que o povo angolano se deparou ao longo deste período.

    Não houve mal que não nos tenha acontecido, expulsámos os portugueses, começou a guerra, as tentativas de invasões de forças externas e morte do primeiro Presidente do país, António Agostinho Neto.

    Os angolanos tiveram uma longa e penosa luta para conservar as suas fronteiras e a unidade nacional, tendo em conta que o país estava na mira de ataques e embargos do ocidente.

    ANGOP – Para si qual foi a maior vitória do povo angolano, neste período?

    HVN: A grande vitória do povo angolano foi no plano político-social. A independência devolveu a dignidade, deu a possibilidade de desenhar o próprio destino e propiciou a formação académica e profissional dos angolanos.

    Quarenta anos de independência já é razão para parar e pensar que Angola queremos ter nos próximos anos, salvaguardando sempre a paz, num clima de compreensão e tolerância entre todos os cidadãos.

    Angola está em paz e deve evitar cair em armadilhas de elementos estrangeiros, que pretendem vir ensinar regras de boa conduta, enquanto nos seus países tecem intrigas para desestabilizar os outros.

    Hoje os angolanos contam com habitações mais confortáveis, mais escolas, emprego, entre outros ganhos. Congratulamo-nos pelos feitos do Executivo e esperamos que as gerações futuras façam muito mais para o país.

    ANGOP – No domínio da diplomacia e da cooperação internacional, como avalia o desempenho de Angola?

    HVN: Do ponto de vista político, o processo é o mesmo e as nossas instituições políticas, a todos os níveis, devem continuar a procurar melhores formas de garantir ao país a paz interna e externa, a liberdade e o bem-estar para todos.

    Na esfera da diplomacia mundial, Angola deu passos largos e encontra-se numa posição privilegiada, porquanto conseguiu se impor como Estado soberano e independente. Sob a direcção do Presidente José Eduardo dos Santos, o país conseguiu ganhar e manter um bom relacionamento com as grandes potências económicas e desempenhar um papel crucial nas comunidades regionais que integra, sobretudo na resolução de conflitos.

    ANGOP – Como encara Angola no contexto internacional?

    HVN: Ao longo da sua existência como país independente, Angola aderiu a um grande número de tratados internacionais e tem cooperado nos domínios político, económico, social, científico, entre outros, fruto do desenvolvimento e da estabilidade registada.

    Ainda há um longo caminho a percorrer, sobretudo na formação de quadros, organização da sociedade e produção interna, para se poder falar mais rigorosamente de intercâmbio. Isto é, para equilibrar a balança comercial com os outros Estados, deixando de ser importador para ser também exportador.

    ANGOP – Angola conseguiu um feito histórico na ONU, ao ser eleito membro não permanente do Conselho de Segurança. Como diplomata, que opinião tem sobre isso?

    HVN: A presença de Angola no Conselho de Segurança das Nações Unidas, que é um órgão de decisão central, demonstra precisamente o prestígio e aceitação da maioria dos países que constituem a Comunidade Internacional e resulta do papel positivo que tem jogado nos processos de resolução de conflitos e reconciliação de países africanos.

    O Presidente José Eduardo dos Santos tornou-se, nos últimos tempos, um ícone incontornável na busca de paz. São essas experiências que emprestamos às Nações Unidas.

    ANGOP – Embaixador pode falar sobre a figura do Presidente da República?

    HVN: Um homem de paz, um reconciliador de firmeza inabalável. Devemos reconhecer, unanimemente, que temos um líder que sempre alimentou a convicção de que só a paz pode dar a Angola a capacidade para o desenvolvimento, permitindo ao povo sair do isolamento e da miséria.

    O Presidente, enquanto dirigia as Forças Armadas na luta heróica pela defesa da integridade do nosso território, não poupava também esforços no quadro político e diplomático para convencer os mentores da guerra, as grandes potências envolvidas na chamada Guerra Fria, que não poderiam curvar o povo angolano. Permaneceu sempre firme nas suas convicções e no topo das situações.

    Com o Presidente José Eduardo dos Santos, Angola passou a dar passos gigantescos no sentido do seu crescimento em todos os sectores, tornando-se num alvo prioritário para os investidores do mundo inteiro.

    ANGOP – Como encara as relações entre as repúblicas de Angola e do Zimbabwe?

    HVN: As relações entre Angola e o Zimbabwe são excelentes. Não devemos esquecer que Angola desempenhou um papel de vanguarda no processo de libertação da África Austral, inclusive tornando-se trincheira firme da revolução e a base principal das lutas pela independência desses países.

    O povo zimbabweano tem presente esse sacrifício do povo angolano e não deixa passar nenhuma ocasião para reafirmar o seu reconhecimento, pelo que os dois países são aliados naturais. Existe uma Comissão Bilateral, cujos trabalhos estão em curso para reforçar a cooperação entre os dois países.

    ANGOP – Muitos angolanos vivem na diáspora e, com Angola em crescimento, acredita-se que o desejo é o de regressar ao país para darem o seu contributo no desenvolvimento. O que a Embaixada tem feito para que esses possam regressar?

    HVN: De facto, a comunidade angolana no Zimbabwe tem tido muito apoio da Embaixada e das instituições no interior do país, no sentido do regresso daqueles que assim o pretendem.

    Importa dizer que um grande número de cidadãos já regressou à pátria, outros identificaram as suas aldeias e parentes no interior e estão a manter contactos para, paulatinamente, começarem a organizar as suas vidas no interior, sem, entretanto, destruírem as bases criadas no exterior. (portalangop.co.ao)

    por Pedro João

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