O jornalista e ex-deputado da bancada parlamentar da UNITA Makuta Nkondo considerou ontem, em Luanda, que o debate entre os candidatos à presidência desta formação política, que opôs Isaías Samakuva, Paulo Lukamba Gato e Abílio Kamalata Numa, promovido pela TV Zimbo, na Terça-feira, constituí um exercício normal de democracia.
Ao ser abordado por OPAÍS, não deixou de tecer, no entanto, algumas críticas, referindo que este exercício pecou por se cingir apenas a candidatos de etnia Ovimbundo, apesar de a UNITA ter quadros de outras regiões.
“Esse debate é sui generis em Angola, mas neste sentido de democracia, está bem, muito bem”, disse. Makuta Nkondo defendeu que deveria haver também eleições primárias na UNITA, para se apurar quem passa a candidato presidencial ou não. Mas, como não são como eleições para Presidente da República, “não faz mal”. “Essa é a primeira coisa. A segunda, como disse, é a representação regional. Os nakongos estão aí, os tchokwes estão aí, os ganguelas estão aí, os kwanyamas estão aí, porque é que nunca se candidataram à presidência da UNITA?”, interrogou-se, adiantando que neste quesito a UNITA “peca”.
O político e jornalista disse que a lição a tirar do debate é que o partido no poder devia também apresentar, no seu congresso de 2016, candidaturas múltiplas. Em relação ao desempenho do jornalista/moderador, Makuta Nkondo, disse que a nota negativa foi o facto de parecer que o mesmo tinha um questionário pré-elaborado e com perguntas pouco conseguidas como se a UNITA tivesse também parlamento nas matas.
Por sua vez, o veterano jornalista Siona Casimiro embarcou no mesmo diapasão, considerando também o debate entre os “maninhos” como “um exercício normal de democracia”. “Uma organização que tem a perspetiva e que se prepara para os próximos pleitos faz este exercício. Lamento apenas que os três candidatos pertençam a uma geroncracia, quer dizer, a democracia numa geração, que, no meu ponto de vista, seja da oposição como do lado do poder, já devia pensar em passar testemunho” . (opais.ao)
Por: Hermenegildo Tchipilica