Sábado, Abril 27, 2024
16.3 C
Lisboa
More

    Sem esperança de sobreviventes, Nepal lamenta as vítimas da queda do avião em Pokhara

    Sem esperança de encontrar sobreviventes, o Nepal vive um dia de luto nacional nesta segunda-feira (16) após o desastre aéreo no domingo que matou pelo menos 68 pessoas, entre elas uma argentina, na pior catástrofe deste tipo no país em três décadas.

    A esperança de encontrar algum sobrevivente entre as 72 pessoas a bordo do avião que caiu no Nepal no domingo é “nula”, disse à AFP Tek Bahadur KC, chefe do distrito de Taksi, onde o avião caiu no domingo.

    “Até agora recuperamos 68 corpos. Estamos procurando por mais quatro corpos… estamos rezando por um milagre. Mas a esperança de encontrar alguém vivo é nula”, afirmou.

    O avião, um ATR 72 da companhia Yeti Airlines que saiu de Katmandu, capital do Nepal, caiu com 72 pessoas a bordo – 68 passageiros e quatro tripulantes – pouco antes das onze da manhã, horário local (02h15 no horário de Brasília) perto de Pokhara (centro), onde deveria pousar.

    A aeronave em chamas foi encontrada em um precipício de 300 metros de profundidade, entre o antigo aeroporto construído em 1958 e o novo terminal internacional inaugurado em 1º de janeiro em Pokhara, porta de entrada para alpinistas do mundo todo.

    Soldados usaram cordas para retirar corpos do fundo do precipício entre o final do domingo e início desta segunda-feira.

    “A busca foi interrompida por causa da névoa. Vamos retomá-la em uma ou duas horas, quando o tempo melhorar”, informou o policial AK Chhetri na madrugada desta segunda-feira.

    “Trinta e um (corpos) foram levados para hospitais”, disse o oficial à AFP.

    A bordo do avião estavam 14 estrangeiros: cinco cidadãos indianos, quatro russos, dois coreanos, um australiano, um irlandês e um francês, segundo o porta-voz da companhia aérea, Sudarshan Bardaula.

    Uma passageira argentina que foi identificada como Jannet Sandra Palavecino, de 58 anos, mãe de duas filhas e natural da província de Neuquén (sudoeste), também estava no avião, segundo o jornal La Nación de seu país.

    Após o acidente, os socorristas tentaram apagar o fogo entre os restos do avião, um ATR 72 movido por dois motores turboélice.

    – Como uma bomba –

    Em comunicado datado de Toulouse, no sudoeste da França, a ATR, fabricante do avião, especificou que se tratava de um modelo 72-500, acrescentando que seus especialistas estavam “totalmente comprometidos em apoiar tanto a investigação quanto o cliente”, a companhia aérea.

    Num vídeo compartilhado nas redes sociais, cuja autenticidade a AFP não conseguiu verificar, o avião é visto voando baixo sobre uma área residencial antes de se inclinar de forma brusca para a esquerda, e então se ouve uma forte explosão.

    “Estava andando quando ouvi uma forte explosão, como se uma bomba tivesse explodido”, contou Arun Tamu, de 44 anos, que estava a cerca de 500 metros do local do impacto e que transmitiu um vídeo ao vivo nas redes com os restos do avião em chamas.

    – Histórico de acidentes aéreos –

    O setor aeronáutico do Nepal cresceu muito nos últimos anos, tanto no transporte de mercadorias quanto no transporte de turistas.

    No entanto, devido à falta de treinamento da equipe e a problemas de manutenção, as empresas geralmente sofrem com problemas de segurança. A União Europeia, portanto, proibiu todas as transportadoras nepalesas de entrar em seu espaço aéreo.

    O país do Himalaia também possui algumas das pistas mais remotas e complicadas do mundo, ladeadas por picos cobertos de neve que tornam a aproximação desafiadora até mesmo para pilotos experientes.

    As companhias indicam que o Nepal não possui infraestrutura para estabelecer previsões meteorológicas precisas, principalmente nas regiões mais remotas e de difícil relevo montanhoso, onde foram registrados acidentes fatais nos últimos anos.

    O acidente deste domingo é o mais mortal no Nepal desde 1992, quando todas as 167 pessoas a bordo de um avião da Pakistan International Airlines morreram quando caiu perto de Katmandu.

    Publicidade

    spot_img
    FonteAFP

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    ‘Brasil não pode entrar apenas como vítima em debate sobre reparação de Portugal pela escravidão’, diz Luiz Felipe de Alencastro

    A discussão sobre reparação histórica pela escravidão e pelos crimes cometidos durante o período colonial não pode se resumir...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema