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    Alassane Ouattara considera “provocações” candidaturas de Gbagbo e de Soro

    O Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, que concorre a um terceiro mandato, considerou que as candidaturas do seu antecessor, Laurent Gbagbo, e do antigo líder rebelde e ex-primeiro-ministro Guillaume Soro às eleições presidenciais de Outubro são “provocações”.

    “Soro, tal como Gbagbo, foi rejeitado por ter antecedentes criminais. Ambos sabiam muito bem: as suas candidaturas são provocações (…) o lugar de Guillaume Soro não é na campanha eleitoral, mas na prisão”, disse Ouattara, numa entrevista ao semanário francês Paris Match, hoje citada pela agência France-Presse.

    O actual Chefe de Estado costa-marfinense acrescentou que Soro está “intoxicado pelo dinheiro e pelo poder” e que “simplesmente perdeu a cabeça”. Em 14 de Setembro, o Conselho Constitucional rejeitou 40 das 44 candidaturas às eleições presidenciais de 31 de Outubro, incluindo as de Soro e Gbagbo, sustentando a decisão com as condenações a penas de prisão pelos tribunais da Costa do Marfim.

    Soro, 48 anos e actualmente em França, foi condenado a 20 anos de prisão por desvio de fundos públicos, enfrentando ainda um processo por tentativa de insurreição. Já Gbagbo, absolvido em primeira instância pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) e que aguarda um possível recurso, foi condenado também a 20 anos de prisão no caso do chamado “roubo do BCEAO”, o Banco Central dos Estados da África Ocidental, durante a crise de 2010 e 2011.

    Por outro lado, o Conselho Constitucional validou a candidatura de Ouattara, uma decisão contestada pelos seus opositores, que consideram que esta é uma “falsificação”. A oposição defende que a Constituição da Costa do Marfim limita o número de mandatos presidenciais a dois, mas o Conselho Constitucional considerou que o novo texto fundamental do país, que entrou em vigor em 2016, repôs o número de mandatos de Ouattara a zero.

    Eleito para a Presidência em 2010, quando substituiu Laurent Gbagbo, e reeleito em 2015, Ouattara considerou que as acusações da oposição são “disparates” e disse que a sua candidatura, depois de anunciar a sua retirada da política, se deveu à morte do seu delfim, o primeiro-ministro Amadou Gon Coulibaly, em 08 de Julho deste ano.

    Na Costa do Marfim paira um receio de uma repetição de mortais episódios de violência, à semelhança do que aconteceu após as eleições presidenciais de 2010. Estima-se que 3.000 pessoas tenham morrido devido à recusa de Gbagbo em admitir a derrota face a Ouattara. A violência que se seguiu ao anúncio da participação de Ouattara nas eleições de Outubro, em Agosto, resultou na morte de pelo menos 15 pessoas na Costa do Marfim.

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