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    Acordo para partilha de poder no Afeganistão poderia pôr fim a crise política

    Fim do impasse no Afeganistão com a assinatura de um acordo para a partilha do poder entre o Presidente Ashraf Ghani e o opositor Abdullah Abdullah, depois de meses de um conflito pessoal, que mergulhou o país numa crise política. O acordo estabelece que Abdullah coordenará as negociações com os talibãs, numa altura em que se regista uma escalada militar no país asiático.

    Segundo Sediq Sediqqi, porta-voz do Presidente Ghani, no âmbito do acordo concluído em Cabul, Abdullah Abdullah assumirá a coordenação do Alto Comissariado para a Reconciliação Nacional e colaboradores seus serão integrados no governação do país.

    O porta-voz de Abdullah, Fraidoon Khawzoon confirmou o acordo, declarando que nos termos do mesmo, cinquenta por cento dos cargos do governo e de governadores de província serão atribuídos aos partidários do rival de Ashraf Ghani.

    De acordo com o próprio Abdulhah Abdullah, o pacto para a partilha do poder no Afeganistão compromete-se a formar uma administração mais inclusiva, responsável e competente.

    Abdullah tinha desempenhado as funções de “chefe executivo” no quadro de um anterior acordo de partilha do poder, mas acabou por perder o seu cargo, após a sua derrota na eleição presidencial frente a Ghani, em Setembro de 2019.

    Na época, Abdullah Abdullah, acusara o seu rival, ex-economista no Banco Mundial de ter cometido uma fraude eleitoral. No dia 9 de Março, data em que Ashraf Ghani assumia as suas funções para um novo mandato presidencial, Abdullah organizou também uma cerimónia de posse, tendo-se autodeclarado presidente do Afeganistão.

    Os especialistas do Afeganistão consideram que o acordo entre Ghani e Abdullah poderá contribuir para o fim da crise política no país asiático, confrontado desde 2002 com a rebelião armada dos talibãs, fundamentalistas islâmicos que governaram o país entre 1996 e 2001.

    Os talibãs foram expulsos do poder pelas forças americanas em 2001, depois do ataque às torres gémeas de Nova Iorque pela rede terrorista Al-Qaeda, no dia 11 de Setembro do mesmo ano. Al-Qaeda era liderada por Oussama ben Laden e a sua base,na altura, era o Afeganistão.

    Ben Laden foi morto pelas forças especiais americanas no dia 2 de Maio de 2011, em Abbottabad, no vizinho Paquistão, onde se refugiara depois da sua fuga do Afeganistão, perante a retaliação dos Estados Unidos.

    Segundo o analista afegão Sayed Nasir Musawi, a esperança é que as futuras negociações de paz com os talibãs, coordenadas por Abdullah Abdullah, possam desembocar no fim de uma longa crise política no Afeganistão.

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    FonteRFI

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