A Cimeira da ONU sobre as alterações climáticas, depois das marchas por todo o mundo a alertar para o problema, trouxeram de novo ao debate público mundial “ novas “ e “ antigas “ questões.O Secretário- Geral da ONU, Ban-ki-Moon referiu em Nova-Iorque que “ as alterações climáticas alteram a prosperidade do mundo e o investimento nesta matéria é crucial para o desenvolvimento sustentável do mundo.”Ainda sobre esta matéria o Secretário-Geral das Nações Unidas, frisou no seu discurso que é necessário trazer as finanças e o sector privado dos bastidores para o centro do debate sobre as alterações climáticas “Ao incluir neste texto o elemento climático e a mobilidade urbana em Luanda por analogia decorre do facto se há uns anos a mobilidade era e é o grande desafio das cidades contemporâneas em todos os países do mundo, a opção pelo automóvel, que parecia ser a resposta eficiente do século XX pela necessidade de circulação, acaba por constatar-se que a sustentabilidade das cidades e em particular a nossa, implicará da parte dos decisores medidas inovadoras que façam diminuir de forma considerável o trânsito e o tráfego rodoviário na nossa capital. Não posso estimar o número de carros que circula diariamente em Luanda, mas se pensarmos que de acordo com as estatísticas a cidade tem cerca de 7 milhões e 500 mil habitantes, estou certo que poderá ser uma medida inovadora da equipa do novo Governo Provincial de Luanda, criar e porque não, o Dia de Luanda sem Carros à semelhança de outras cidades do mundo. Perguntar-se-á o leitor que consequências teriam esta medida no quotidiano da cidade. Mas as respostas são múltiplas e a primeira seria experimentar a medição dos níveis de poluição da capital luandense, a mobilidade dos habitantes e uma melhor e mais repetida utilização do passeio público a par da introdução de melhores e mais transportes públicos na cidade. Esta última reunião sobre as Alterações Climáticas estabelece o compromisso face a sectores tão diversificados como os resíduos, a reabilitação urbana, a eficiência energética e hídrica, as emissões de dióxido de carbono, responsáveis pelas alterações climáticas, as energias renováveis, a qualidade do ar e a valorização da biodiversidade. Se pensarmos que noutras cidades do mundo e com climas mais problemáticos que o nosso, o uso da bicicleta é opção como acontece em Paris, Estocolmo, Copenhague, Nova-Deli ou se descermos até ao sul do nosso País, verificamos que em Benguela e no Huambo a bicicleta é uma utilização constante das populações o que contribui para uma maior sustentabilidade ambiental urbana. Mas se as bicicletas, o uso de carros elétricos e um significativo aumento de transportes públicos como autocarros, mais táxis e via bus à semelhança de outros centros urbanos no mundo, Luanda ganharia e muito na Mobilidade Urbana e com impacto muito positivo na Saúde Pública dos habitantes da cidade, quer por via da redução do trânsito, quer por via do uso de alternativas que a médio e curto prazo vão ser necessárias para a nossa cidade que se transforma e cresce. Estas medidas que poderão ser exequíveis em Luanda, podem e porque não ser utilizadas noutras Províncias do País onde se possa sentir que o aumento populacional e o tráfego rodoviário comecem a ser uma evidência. Por vezes as novas ideias parecem trazer constrangimentos numa primeira visão, mas a prazo, são medidas que trazem benefícios claros e em todos os sentidos aos nossos Municípios. (opais.co.ao)