Segunda-feira, Maio 20, 2024
18 C
Lisboa
More

    Abastecimento de combustível restabelece à normalidade

    A Sonangol tem desde sábado dois navios da sua frota de importação atracados na Base da Sonils, no Porto de Luanda, a descarregarem combustíveis “suficientes para o consumo de um mês”, soube ontem o Jornal de Angola de uma fonte da companhia que prevê a regularização do fornecimento “nas próximas horas”.

    De acordo com o JA, a fonte revelou que essa descarga está alinhada aos procedimentos normais de importação, com os quais a companhia obtém provisões suficientes para um mês, significando que o abastecimento para o mês de Maio está disponível.No quadro dos procedimentos, o combustível é descarregado para uma central de armazenamento e depois transportado para os postos de abastecimento, com o que a Sonangol prevê que, até amanhã, os fornecimentos estejam regularizados.

    O prazo coincide com o declarado pelo director comercial e marketing da Sonangol Logística, Dionísio Rocha Júnior, que durante o fim-de-semana assegurou a este jornal que a companhia “está a fazer tudo para que, nas próximas 48 ou 72 horas, a situação seja ultrapassada”. Mas a fonte que tem estado a ser citada considera que, apesar dos fornecimentos estarem a ocorrer desde sábado, normalmente, a seguir a qualquer alteração da distribuição de combustível, o mercado leva alguns dias a voltar à normalidade, o que pode levar à falsa percepção de existência de escassez de produto.

    Informações obtidas pela nossa reportagem dão conta que ontem, teve lugar uma prolongada reunião entre a Sonangol e o Banco Nacional de Angola (BNA), depois de sábado a companhia ter alegado a falta de divisas de importar combustíveis.Num comunicado naquele dia emitido para explicar os problemas de abastecimento, a petrolífera evoca “dificuldades no acesso a divisas para a cobertura dos custos para a importação de refinados”, o que pode estar relacionado com a articulação com o BNA.Mas aludia também a uma pesada dívida contraída por clientes do segmento industrial, que representam 40 por cento consumo, o que pode representar a indisponibilidade do contravalor para o pagamento das divisas no sistema bancário.

    O que se verificou, de acordo com a fonte, foi um atraso na disponibilidade das divisas para pagar a importação nos primeiros dias do mês degenerou numa penúria de refinados de petróleo no mercado nacional.

    REFINAÇÃO E OFERTA

    Angola produz na Refinaria de Luanda, a única que possui, apenas 20 por cento dos derivados de petróleo que consome, importando os restantes 80 por cento.De acordo com números divulgados em Abril, no primeiro trimestre deste ano, a Sonangol gastou 221,4 milhões de dólares a importar produtos derivados do petróleo para suprir a procura do seu mercado interno, a uma média de 73,8 milhões de dólares por mês, o que deve estar próximo dos valores da importação que está a ser descarregada na Base da Sonils.

    José de Oliveira, do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola, foi ontem citado pela imprensa a afirmar que esta é a primeira vez que acontece uma situação de escassez “por atraso na importação” em Angola.

    Isso deveria servir como aviso para o banco central, considerou José de Oliveira, declarando que “o Banco Nacional de Angola devia dar uma ajuda nesta questão das divisas”. Isto “não devia acontecer”, e se a situação não se resolver, tendo em conta a escassez de divisas no mercado, poderá voltar a suceder. “Agora os preços estão a melhorar, não é obrigatório que volte a acontecer”, explicou José Oliveira.

    “Quando os preços passam os 60 dólares (por barril), passa a haver mais folga e, nas últimas semanas, tem estado acima dos 65 dólares”, mas se o mercado mudar “o BNA deve dar ajuda na questão dos combustíveis”, acrescentou o investigador.Esta é a segunda crise de escassez de combustíveis este ano, depois de, em Março, a companhia explicado uma penúria de semelhante gravidade com “dificuldades de condicionamento”.

    Publicidade

    spot_img

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Os EUA pretendem remodelar as cadeias de abastecimento globais na Ásia, e a China contorna isso com investimentos em países asiáticos

    Os aumentos tarifários do presidente Joe Biden sobre uma série de importações chinesas são apenas as últimas medidas dos...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema