O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, terá “uma breve reunião nesta segunda-feira com o presidente norte-americano Barack Obama” em Nova York, à margem das reuniões da Assembleia Geral da ONU – informou neste domingo o gabinete de Tsipras.
Trata-se da primeira reunião de Alexis Tsipras, líder do partido de esquerda Syriza, com um dirigente estrangeiro desde sua reeleição nas legislativas de 20 de Setembro.
Na quinta-feira, Barack Obama ligou para Tsipras e o felicitou pela vitória. Os dois falaram sobre a crise migratória e a necessidade de botar a economia grega ‘nos eixos’.
Segundo a agência de notícias grega ANA, Alexis Tsipras, que fica em Nova York até sexta-feira para participar da Assembleia Geral da ONU, “também deve se reunir com o secretário de Estado americano John Kerry, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o primeiro ministro turco, Ahmet Davutoglu, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e os líderes de Egipto e Palestina”.
No centro destas discussões estará o tema da “crise migratória e os meios para enfrentá-la via uma cooperação internacional”, informo a agência de notícias. Segundo a imprensa grega, a questão da dívida também estará na ordem do dia.
Durante discurso neste domingo sobre o crescimento da Grécia, Alexis Tsipras evocou o problema da dívida pública – chamada, segundo ele, de “desafio internacional, que está no centro do sistema financeiro”.
“É preciso discutir como a reestruturação da dívida pode estar aliada ao crescimento”, afirmou o primeiro ministro, ressaltando que “não podemos falar em erradicação da pobreza e do desemprego sem abordarmos os meios para construir ou melhorar o estado de bem-estar social que estamos destruindo”.
Tsipras lembrou que “a experiência histórica mostrou que a reestruturação da dívida é necessária para restabelecer o crescimento mesmo em países desenvolvidos, como foi o caso da Alemanha em 1953”.
Na época, 60% da dívida alemã foi perdoada, um gesto de solidariedade das nações europeias ao país derrotado após a Segunda Guerra Mundial e esmagado pelos pedidos de indemnizações.
A Grécia sofre o peso da dívida, que chega a mais de 170% do PIB e impede a retomada da economia.
A reestruturação da dívida é o centro do programa do Syriza, posição defendida também pelo FMI, mas que divide os membros da União Europeia – tendo a Alemanha como principal opositora. (afp.com)