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    Terrorismo: Missão da União Africana avalia apoio a Moçambique

    Uma missão da União Africana vai avaliar, em Moçambique, o apoio necessário à luta contra o terrorismo. “Não somos insensíveis ao que se passa em Moçambique”, disse o presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat.

    “Não somos insensíveis ao que se passa em Moçambique. A União Africana está empenhada na luta contra o terrorismo, seja no Sahel, seja na bacia do Chade, seja no Mali ou em Moçambique”, afirmou esta terça-feira (26.01) Moussa Faki Mahamat, questionado pela Lusa, depois de se reunir, na Praia, com o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca.

    O responsável avançou que uma missão daquela organização a Moçambique vai avaliar nos próximos dias “a modalidade prática de apoio da União Africana à luta contra o terrorismo”, referindo-se à insurgência armada na província de Cabo Delgado, no norte do país.

    “Mas agimos com base no princípio da subsidiariedade. Moçambique pertence à zona da SADC [Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral], pelo que é na zona da SADC que o assunto tem sido abordado e temos estado em contacto com a SADC e com Moçambique”, recordou o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do Chade, que está em final de mandato e é recandidato, único, ao cargo, nas eleições previstas para fevereiro.

    UE reforça cooperação
    O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, disse na segunda-feira (25.01), em Bruxelas, esperar que, “nas próximas semanas”, seja alcançado um “quadro de cooperação reforçada” entre União Europeia e Moçambique, para enfrentar a “situação gravíssima” em Cabo Delgado.

    Em declarações em Bruxelas, onde participou numa reunião dos chefes de diplomacia da UE, Santos Silva deu conta que explicou aos seus homólogos a “missão política” que realizou na semana passada a Maputo, “para exprimir a solidariedade europeia com a situação gravíssima que Moçambique enfrenta na sua luta contra o terrorismo e a insurgência na província de Cabo Delgado”.

    Lembrando que realizou esta missão “como representante do alto-representante para a Política Externa e de Segurança da UE”, Josep Borrell, o ministro português reiterou que “os objetivos desta missão política foram todos cumpridos […] e pude recolher as prioridades muito claras das autoridades moçambicanas, que querem maior cooperação da Europa na área da ação humanitária, na área do apoio ao desenvolvimento e na área da segurança”, disse.

    Nesta última área, Moçambique pretende sobretudo “apoio à formação e ao treino de forças militares especiais, assim como através da provisão de equipamento e de capacidade logística”, precisou Santos Silva.

    “Ao mesmo, as equipas técnicas dos dois lados começaram a trabalhar e, portanto, a minha expectativa é que nós, durante as próximas semanas, possamos chegar a um quadro de cooperação reforçada com Moçambique”, afirmou.

    A violência armada na província Cabo Delgado, norte de Moçambique, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, o que levou as autoridades moçambicanas a pedir auxílio à UE.

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