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    Tensão no norte de África pode trazer mais migrantes à Península Ibérica

    A actual tensão no norte de África, face ao agravamento da instabilidade na região do Magrebe, vai aumentar o fluxo de migrantes, tendo a Península Ibérica como um dos principais destinos, alertou hoje o International Crisis Group (ICG).

    A previsão é do diretor do Programa para o Norte de África do ICG, Riccardo Fabiani, que alerta que a crescente onda migratória, resultante das situações na Líbia e na Tunísia e da escalada do risco de guerra entre Argélia e Marrocos “pode ter um destino: a Península Ibérica”.

    “Estamos mais perto do que nunca de um conflito, directo ou indirecto, entre Argélia e Marrocos. Podemos começar a ver brevemente um grande fluxo de migrantes em direcção a Portugal e Espanha”, acrescentou.

    O tema será abordado na conferência “Norte de África: Tensões e Conflitos”, esta tarde por videoconferência, organizada pelo Observatório do Mundo Islâmico (OMI).

    A circunstância de instabilidade é ainda agravada pelos sucessivos ataques terroristas no Sahel, que provocam a deslocação de pessoas para o norte do continente africano, com o objectivo de chegarem à Europa.

    “É fundamental debatermos e analisarmos a situação do Magrebe. Nenhuma potência ou organização internacional está a prestar a devida atenção ao agravamento da instabilidade na região, e isso pode-nos custar muito caro”, alertou Fabiani.

    Segundo o director do ICG, Marrocos poderá não ter condições, por muito mais tempo, para ser o “’Estado-tampão’ que a União Europeia (UE) necessita no controlo fronteiriço do fluxo migratório clandestino.

    “Marrocos está muito pressionado: por um lado, a tensão com a Argélia cresce diariamente. Recentemente, ficaram sem o gasoduto, que foi cortado por Argel; por outro, chegam ao seu território muitos migrantes vindos do Sahel, que fogem dos ataques terroristas e do contrabando”, realçou Fabiani.

    “Esta situação tem criado uma grande agitação nas ruas, do ponto de vista social, político e económico. Mesmo com as verbas europeias, Marrocos poderá não ter capacidade nem disposição para controlar o cabo de Ceuta ou Melilha”, alertou.

    Organizada pelo OMI, a iniciativa, também disponível ‘online’, decorre na Biblioteca Arquiteto Cosmelli Sant´Anna, em Lisboa, às 18:30, contando com a moderação de Diogo Alexandre Carapinha, membro da direcção do Observatório.

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