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    “Surto após surto”: Viajantes da Acção de Graças podem ter agravado pandemia nos EUA

    Os Estados Unidos podem estar prestes a registar “surto após surto” de Covid-19 depois de, na semana durante a qual se celebra o Dia de Ação de Graças, centenas de milhares de norte-americanos terem viajado para se reunirem com as suas famílias. O alerta foi dado por dois dos mais reconhecidos especialistas nos EUA: Anthony Fauci e Deborah Birx.

    Apesar de vários especialistas terem pedido à população que passasse o Dia de Ação de Graças em casa e que não viajasse, na semana passada os aeroportos norte-americanos registaram a sua semana mais agitada desde meados de março. Foram cerca de 800 mil os viajantes que por lá passaram. No ano passado, em período homólogo, foram 26 milhões.

    “É quase certo que irá haver um aumento do número de infeções devido ao que aconteceu com as viagens”, previu Anthony Fauci.

    O epidemiologista apelou a todos os que viajaram durante essa semana a realizarem um período de quarentena, “caso seja possível”.

    Fauci disse ainda não ser tarde para que aqueles que ainda não viajaram possam ajudar a travar a curva pandémica ao utilizarem máscara e manterem o distanciamento social.O número de casos registados nos EUA apenas no mês de novembro duplicou em relação a outubro, ultrapassando os quatro milhões.

    Deborah Birx, coordenadora da task-force da Casa Branca no combate à pandemia, replicou as preocupações de Anthony Fauci, tendo pedido aos viajantes da semana de Ação de Graças que não estejam em contacto com familiares com mais de 65 anos e que utilizem máscara mesmo dentro das próprias casas.

    “Agora estamos a entrar neste pós-Ação de Graças com três, quatro e dez vezes mais casos de doença por todo o país”, lamentou. “Estamos profundamente preocupados”.

    Birx encorajou ainda os viajantes a realizarem testes à Covid-19. “Se forem jovens e se tiverem reunido [com familiares no dia de Ação de Graças], devem ser testados entre cinco a dez dias depois”, afirmou. “Têm de assumir que estão infetados e não se devem aproximar dos vossos avós ou tios sem uma máscara”.

    “Fechem os bares e deixem as escolas abertas”
    Em declarações a várias estações norte-americanas, Anthony Fauci pediu ainda aos governadores norte-americanos que “fechem os bares e deixem as escolas abertas”. Mas, para que as escolas possam manter-se abertas, a população deve continuar a esforçar-se para travar a propagação comunitária do vírus, alertou o especialista.

    “Vamos tentar que os miúdos possam voltar à escola e vamos tentar mitigar as coisas que mantêm o vírus na comunidade e que queremos agora evitar”, apelou. “E essas são coisas que todos conhecemos bem: os bares, os restaurantes onde é ocupada a lotação máxima no interior sem máscaras”.

    “São essas as coisas que originam a propagação pela comunidade – não as escolas”, sublinhou.

    O governador de Nova Iorque anunciou, entretanto, a decisão de começar a reabrir as escolas públicas a 7 de dezembro, considerando esta “a decisão certa na direção certa”. São 300 mil os alunos nesse Estado que poderão regressar ao ensino presencial, mas para isso terão de ser testados semanalmente.

    “Quase todos os profissionais dizem que as escolas devem manter-se abertas sempre que possível fazê-lo em segurança. Já fizemos testagens em escolas e a taxa de positividade é muito, muito baixa”, assegurou Andrew Cuomo. “É literalmente mais seguro para uma criança e para o seu professor estar na escola do que estar na comunidade”.

    Deborah Birx, coordenadora da task-force da Casa Branca, alertou, porém, que a obrigatoriedade do uso de máscara é essencial para que as escolas possam manter-se abertas.

    “O que sabemos é que, em Estados onde a máscara é obrigatória, existe uma diferença significativa não só do número de casos de infeção como também de hospitalizações e óbitos”, explicou a especialista em declarações à estação CBS. “É absolutamente fundamental começar ou regressar à obrigatoriedade do uso de máscara”.

    Tal como Anthony Fauci, também Birx defende que bares e restaurantes devem ser encerrados ou, pelo menos, ver a sua lotação reduzida.

    A coordenadora da task-force disse ainda esperar reunir com a equipa do presidente eleito Joe Biden já esta segunda-feira, de modo a poder transmitir-lhe o trabalho que tem sido desenvolvido nos últimos nove meses, nomeadamente “bases de dados sofisticadas que reúnem informação de todo o país” sobre a propagação da Covid-19.

    Desde que chegou aos Estados Unidos, o novo coronavírus já infetou pelo menos 13,3 milhões de pessoas nesse país. Dessas, mais de 266 mil morreram devido à doença Covid-19, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

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    FonteRTP

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