SONIP ganha PCA e pode afastar-se da Sonangol: Novo modelo de gestão está em marcha

A Sonangol Imobiliária e Propriedades (SONIP) vai ser gerida nos próximos tempos por um conselho de administração, contrariamente ao que acontece agora onde a gestão está a cargo de uma administradora sob dependência do PCA da petrolífera nacional.

De acordo com fontes do Novo Jornal o novo modelo de gestão pretende dar maior dinamismo à imobiliária, para que esta tenha condições de responder aos desafios que se apresentam.

“A criação de um conselho de administração para a SONIP é a solução encontrada para que a imobiliária se afirme no Mercado de forma independente”, disse a nossa fonte.

O dossier para a alteração da estrutura da SONIP está a ser analisado pelo executivo e ganhou peso depois da abertura do processo de venda dos apartamentos das centralidades em Luanda, que está em curso, e “não agradou” ao Presidente da República.

“Com o início das vendas ficou claro que a actual estrutura não está em condições de assumir a comercialização das centralidades”, por isso, a alteração na organização da SONIP “será o primeiro passo para que esta esteja em condições de trabalhar como uma imobiliária”, e dar resposta positiva às centralidades em construção no Bengo, Cabinda, Lunda Norte, Zaire, Malanje, Kuando-Kubango, Namibe, Benguela, Huíla e Lunda Sul.

A transformação na administração da SONIP vai também tornar esta empresa, que actualmente é uma subsidiária da Sonangol, numa empresa pública independente, ficando por se saber se dependerá do Ministério da Construção e Habitação ou da economia.

Com a possível alteração na gestão da SONIP levanta-se também a questão de quem será o PCA no novo conselho de administração da imobiliária gerida actualmente pela administradora Arnalda Vandúnen. Embora ainda “nada esteja decidido, sabe-se que a escolha poderá recair numa mulher” e nesta senda a actual “patroa” da SONIP é uma hipótese “embora a preferência recaia para alguém que conheça bem o mundo do imobiliário”.

A transformação da SONIP, que se avizinha, “parece ser uma tarefa complexa” já que quando foi criada, em 2010, uma das justificações apresentadas foi a necessidade de se entregar às centralidades uma empresa com suporte financeiro e que pudesse dar garantias de continuidade aos projectos em construção.

E sendo a Sonangol uma espécie de “cofre do Estado” foi atribuída esta responsabilidade, que está a exigir mais do que o esperado. Por isso, a solução encontrada poderá passar pela gestão independente da SONIP.

INQUIETAÇÕES

Caso se confirme a alteração na SONIP, algumas “inquietações” continuarão a merecer o pronunciamento de quem de direito – a começar pela forma de financiamento para a compra de habitações a ser adoptada pela nova gestão.

Outra inquietação estará relacionada com o Banco de Poupança e Promoção Habitacional (BPPH), criado pela Sonangol para financiar o sector imobiliário, que começará a funcionar dentro de três meses, fazendo fé nas palavras do PCA da Sonangol, Francisco Lemos. Tudo porque se a SONIP cortar o cordão umbilical com a Sonangol como é que será a relação entre a imobiliária e o BPPH?

Entretanto, fonte da Sonangol, questionada sobre a possível alteração na SONIP, disse desconhecer qualquer processo porque “o modelo de governação corporativo na empresa é único, independentemente da Sonangol depender de um mandato do Estado”. Faustino Diogo (Novo Jornal)