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    Sobre a Junção do PRA-JA, UNITA e BD – Mário Cristóvão*

    Após acompanharmos relatos e estratos da conferência de imprensa, surge a notícia da junção dos partidos políticos para colocar o MPLA, partido no poder como oposição, olhando inicialmente pela questão jurídica não há nada que os oponha, porém a análise não pode fundamentar-se só neste quesito, isto porque há um elemento político que pode comprometer a imagem dos dois partidos políticos, bem como do projecto de partido político (PRA-JA), isto porque traz ao eleitor e ao cidadão em geral uma demonstração clara de desespero, sem desprimor a outro pensamento que se considere lógico.

    Olhando, do ponto de vista político, o BD que anteriormente juntou-se a outros partidos políticos para formar a CASA-CE, que acaba levando golpe com este anúncio tem se vinculado de forma suplente e intermitente, mesmo sem causar grande impacto político no jogo eleitoral, consequentemente o PRA-JA de Abel Chivukuvuku é um projecto de partido político que por conta de diversos motivos elencados pelo TC foi reprovado, apesar de que Abel, embora seja um bom político, enfraqueceu a coligação que ele mesmo criou com o fim do alcance ao poder. Há um pormenor que Nicolau Maquiavel traz no seu livro o Príncipe em que o mesmo diz que o verdadeiro príncipe (líder) não é aquele que alcança somente o poder, mas sim e que alcança e mantém o poder, Abel peca desde o momento que não consegue fazer a manutenção do poder, falha. Continuará assim criando partidos atrás de partidos, coligações atrás de coligações e no final e mais importante, não conseguirá alcançar ao poder, bem como mantê-lo.

    A UNITA, que embora tenha agitado o jogo político nos últimos tempos, criando políticas que de algum modo geraram impacto, acaba pecando desde o momento que inverte a prossecução do seu plano de campanha, tirando o alcance ao poder e colocando o ataque ao MPLA. Maquiavel também coloca o seguinte pensamento: “o rei sempre estaria à mercê de inimigos egoístas interessados em destituí-lo de seu cargo”.

    Hoje unindo-se aos outros, parece que desvincula a imagem de UNITA histórica como movimento de libertação, tendo ideais únicos e irreversíveis, o que leva-nos a crer que a ala dura, composta pelos co-fundadores estaria de costas viradas ao actual governo “sombra” como intitulam. Fugindo o ideal, perde o crédito dos seus militantes mais antigos, que de algum modo trará influência a camada mais jovem do partido, daí coloca-se a questão: será essa junção benéfica para a UNITA?

    Coloca-se a questão direcionada a UNITA pelo facto de este ser o maior partido da oposição. Em seguida vem a segunda questão: quem será o presidente e representante desta junção?

    Por fim, mas não menos importante, é necessário que se coloque a seguinte questão: será que os três partidos estão como o mesmo objectivo, a mesma linha de pensamento?

    A resposta para essas questões será notória ao longo dos dias que formos nos aproximando do pleito eleitoral, porém importa advertir o seguinte: “não se coloca comida numa jaula com 3 animais famintos, muito provavelmente não irão comer sem que dois morram no meio da luta para alcançar a comida”.

    *Jurista | In Facebook

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