DN|Lusa
O presidente do Acção Democrática Independente (ADI) Agostinho Fernandes, na oposição em São Tomé e Príncipe, ameaçou terça-feira afastar o líder parlamentar, que acusou de se comportar “como um opositor” à nova direcção do partido, noticiou a Lusa.
“Obviamente que se ele se apresentar como um opositor da nova liderança do partido não nos restará outra possibilidade senão instaurar um processo disciplinar, afastá-lo do partido e encontrar uma nova liderança para o grupo parlamentar do ADI”, disse o novo presidente do ADI, Agostinho Fernandes, à saída de uma audiência com o embaixador de Portugal em São Tomé, Luís Gaspar da Silva.
Agostinho Fernandes iniciou na semana passada um ciclo de encontros com entidades políticas, religiosas e representantes de missões diplomáticas.
Foi recebido pelo presidente do Tribunal de Contas, pelo presidente da Assembleia Nacional e, terça-feira, pelo embaixador português, aos quais se apresentou como novo presidente do partido ADI.
À saída do encontro com o diplomata português, Agostinho Fernandes acusou o líder da bancada do ADI, Abnildo Oliveira, de se “comportar como um opositor”.
“Ele faz parte do grupo das pessoas com quem nós estamos a conversar. Iniciámos essa conversa na quinta-feira passada, deveríamos continuar na segunda, mas vamos, em princípio continuar hoje (quarta-feira), e se ele mantiver o comportamento de oposição à nova liderança do partido, não nos restará outra saída senão afastá-lo do partido e, consequentemente, de deputado do ADI”, explicou o responsável.
Agostinho Fernandes garantiu que “todos os militantes que não reconheceram a nova direcção do partido e que se expressarem publicamente nesse sentido terão os competentes processos disciplinares e serão sancionados de acordo com a gravidade da sua actuação”.
Entre esses militantes, Agostinho Fernandes cita particularmente os secretários distritais, sublinhando, entretanto que “o ADI continuará a fazer o seu trabalho, sempre pugnando pela união, sempre procurando a paz e a verdade e disponível para esclarecer todos os militantes e dirigentes” desta formação política.
“A nossa postura é a favor do ADI, dos militantes e de São Tomé e Príncipe”, sublinhou.
Na última sexta-feira, a comissão de gestão do ADI, liderada pelo antigo presidente da Assembleia Nacional José Diogo distribuiu um comunicado apelando aos órgãos de soberania, entidades públicas e privadas, embaixadores e organizações nacionais e internacionais para não reconhecerem a actual direcção liderada por Agostinho Fernandes.
“O senhor doutor Agostinho Fernandes não é presidente, nem representa o partido ADI, pelo facto de fazer parte de um grupo de elementos que foram expulsos do partido”, diz o comunicado.
“Até à realização do nosso congresso, que será para breve, o partido é dirigido por uma comissão de gestão chefiada pelo engenheiro José da Graça Diogo. A mesma comissão, com o mandato do Conselho Nacional, representa oficialmente o partido”, acrescentava o comunicado de dois parágrafos deste órgão do ADI.
Agostinho Fernandes foi eleito presidente do ADI, há um mês, num congresso realizado na capital são-tomense, mas a comissão política do partido anunciou no mesmo dia a sua expulsão, além de outros 13 militantes.