A Rússia colocou o antigo campeão de xadrez e crítico do Kremlin, Garry Kasparov, na sua lista de “terroristas e extremistas”.
O antigo campeão de xadrez e crítico do Kremlin, Garry Kasparov, faz agora parte da lista de “extremistas e terroristas” da Rússia, de acordo com o Moscow Times.
Embora não haja justificação oficial para a inclusão de Kasparov nesta lista, o organismo estatal de controlo financeiro Rosfinmonitoring indica que o antigo jogador critica o Presidente Vladimir Putin há vários anos, a quem já apelidou de “o homem mais perigoso do mundo”, e desde 2014 que condena a agressão militar de Moscovo na Ucrânia.
Esta designação marca uma escalada significativa na repressão do governo russo contra a dissidência, particularmente contra figuras de alto nível, como Kasparov, que se têm manifestado abertamente contra o regime e as políticas de Putin.
A inclusão nesta lista de “extremistas e terroristas” permite que as autoridades congelem as contas bancárias dos designados sem uma ordem judicial. Além disso, qualquer forma de apoio ou associação a Kasparov na Rússia será condenada, isolando-o, e a outros que constam da lista, das suas redes de apoio no país.
Esta medida faz parte de uma estratégia mais alargada do Governo russo para sufocar a dissidência e suprimir as vozes da oposição, especialmente as que têm a capacidade de mobilizar a opinião pública contra o regime. Assinala também uma tendência de utilização da legislação antiterrorista para atingir opositores políticos, uma tática que tem sido amplamente criticada por organizações de defesa dos direitos humanos a nível mundial.
Em 2008, Garry Kasparov ainda tentou entrar na corrida presidencial russa, mas desistiu depois de enfrentar o que ele chamou de “obstrução”.
Em 2013 acabou por deixar a Rússia, com receio de ser perseguido pelas suas atividades políticas, e foi para os Estados Unidos. Atualmente vive em Nova Iorque.