O Presidente francês considerou que a morte de pelo menos 800 mil pessoas não deve ser esquecido e que a data em que se assinala o genocídio deve ser transformado num dia de memória pelo Ruanda. A notícia está a ser avançada pela Lusa.
De acordo com esta agência de informação, o Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou este domingo a sua intenção de transformar o dia 7 de Abril num dia de memória pelo genocídio no Ruanda. “O Presidente da República saúda o trabalho de memória liderado pelos sobreviventes e deseja que a data de 7 de Abril seja agora um dia para assinalar o genocídio dos tutsis”, revela um comunicado da presidência francesa, no qual Macron “expressa solidariedade para com o povo ruandês e compaixão pelas vítimas e famílias”.
O chefe de Estado francês foi convidado para estar presente no 25.º aniversário do genocídio em Quigali, capital do Ruanda, mas enviou em sua representação o deputado Hervé Berville, um órfão tutsi adoptado em 1994. Naquele ano, o genocídio provocou a morte de pelo menos 800 mil pessoas.
Na próxima sexta-feira, o presidente francês recebe representantes de uma associação de apoio às vítimas e sobreviventes do genocídio, a Ibuka France.
Emmanuel Macron anunciou a criação de uma comissão de historiadores e pesquisadores para esclarecer o controverso papel de Paris no genocídio do Ruanda, que vai ter acesso a “todos os arquivos franceses relativos ao Ruanda entre 1990 e 1994”. Por esclarecer estão a extensão da assistência militar prestada por França ao regime do presidente hutu do Ruanda, Juvenal Habyarimana, de 1990 a 1994, e as circunstâncias do ataque que lhe custou a vida a 6 de Abril de 1994, um factor desencadeador do genocídio.
O presidente francês anunciou ainda um reforço dos meios judiciais e policiais para processar possíveis participantes do genocídio. O massacre de extremistas hutus contra tutsis e hutus moderados ocorreu no Ruanda entre 7 de Abril e 4 de Julho de 1994.