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    Quem é o grupo Soldados do Califado, que decapitou refém francês

    Montanhas da região de Cabília, na Argélia, onde atua o grupo extremista. (REUTERS/Louafi Larbi)
    Montanhas da região de Cabília, na Argélia, onde atua o grupo extremista.
    (REUTERS/Louafi Larbi)

    O Jund-Al-Khilafah fi Ard al-Jazaïr (Os Soldados do Califado na Argélia, na tradução do árabe) é uma espécie de organização extremista freelancer que adere a diferentes movimentos terroristas de escala transnacional há mais de 20 anos. Dessa vez, foi um dos primeiros a seguir de forma obediente o apelo do grupo Estado Islâmico para “matar esses franceses maus e sujos”, executando o guia turístico Hervé Gourdel.

    O grupo surgiu no anos 90, durante a Guerra Civil da Argélia, que opôs, entre 1991 e 2002, o governo do país magrebino e diversas organizações islâmicas. Durante todo este período, os Soldados do Califado, ainda sob o nome Brigadas de Thénia, foi um dos grupos que mais ofereceu resistência ao exército nacional, escondendo-se nas cavernas das montanhas do massivo de Atlas, na região de Cabília, no norte de Argélia, leste da capital Argel.

    Começava ali sua sina de seguir ordens de grupos maiores, quando se tornou um braço do Grupo Islâmico Armado (GIA), organização que pretendia estabelecer um estado islâmico na Argélia. A oposição à França vem ainda desta época, de quando o país europeu apoiava o governo de sua ex-colónia contra os radicais islâmicos. O GIA inclusive esteve envolvido em um ataque terrorista ao metro de Paris em 1995.

    Contando com cerca de 100 integrantes, os Soldados do Califado são liderados por Abdelmalek Gouri, nome de guerra Khaled Abou Slimane, jihadista com uma longa folha corrida de contribuição a diferentes grupos terroristas: primeiro no Grupo Salafista para Pregação e Combate (GSPC, sucessor do GIA), depois no Al Qaida no Magreb Islâmico (Aqmi), braço norte-africano da organização de Osama Bin Laden.

    A colaboração com o Estado Islâmico começa logo no início do grupo, em 2014, quando os argelinos se dividiram entre partir para a nova organização que estava fundando um autoproclamado Estado na Síria e no Iraque, ou focar na luta local, contra o governo argelino e os interesses franceses. A divisão termina no início deste mês, quando os dois grupos aderem ao Estado Islâmico e começam a agiar tanto localmente quanto na Síria. (rfi.fr)

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