Os “indignados” em cerca de mil cidades em 82 países no mundo todo vão às ruas hoje para protestar contra o poder do mercado financeiro e as medidas de austeridade adotadas por governos para combater a crise financeira global. O protesto global foi inspirado no movimento jovem dos indignados da Espanha e na ocupação popular de Wall Street, em Nova York.
A mobilização foi feita principalmente através de redes sociais da internet, como o Facebook e o Twitter. O primeiro protesto foi em Melbourne, Austrália, onde milhares de pessoas se reuniram no centro da cidade. Em Tóquio, a manifestação foi também contra as usinas nucleares. Nas Filipinas, diante da embaixada dos Estados Unidos em Manila, dezenas de pessoas pediam o “fim do imperialismo americano”.
Os protestos também vão varrer a Europa. A segurança foi reforçada em cidades como Londres e Atenas, palcos recentes de violência entre manifestantes e polícia. Em Paris, a praça da Bastilha vai ser o ponto de encontro de indignados.
O movimento dos indignados surgiu no primeiro semestre na Espanha, país que tem a taxa de desemprego mais alta da União Europeia – mais de 20% da população ativa e 45% entre os jovens de 18 a 25 anos. A ocupação da praça Porta do Sol, em Madri, contagiou vários países da Europa e do mundo.
Nos Estados Unidos, o movimento Occupy Wall Street foi lançado pela internet pelo coletivo Adbuster (literalmente “destruidores de propaganda”), um grupo que combate o capitalismo e os códigos da sociedade de consumo. Desde o dia 17 de setembro, o centro financeiro do mundo foi tomado por pessoas de todas as idades, que protestam pacificamente contra as consequências do capitalismo para população.
Manifestações contra o sistema financeiro mundial e contra a pobreza também estão programadas em todo o Brasil.
Patricia Moribe
Fonte: RFI
Fotografia: Reuters