Um documentário intitulado “Fela Kuti – Música é Arma” é exibido no próximo dia 26, no Laa-roi Teatro, em Luanda, no âmbito da II edição do projecto filmográfico “Afridika: Nzo Yeto, Bukisi Beto” (“África: Nossa casa, nosso lar”).
Tal como na primeira edição, em que esteve presente um especialista para debater a temática na altura em questão, a deste ano vai contar com a presença do activista sócio-cultural angolano Analtino Santos, que vai dissertar sobre o multi-instrumentista nigeriano e criador do Afrobet, Fela Kuti, apurou a Angop.
Além de reflectir sobre a vida deste activista político, os espectadores vão também poder adquirir a biografia do artista nigeriano escrita pelo antropólogo e sociólogo cubano Carlos Moore.
A influência de Fela Kuti transcende a indústria musical, do mesmo modo que Bob Marley mostrou que é possível fazer entretenimento de forma consciente, como se pode constatar nos testemunhos de grandes nomes da música.
“Profundamente dilacerado entre negar uma herança de submissão e afirmar um novo destino de libertação para a sua terra e gente, Fela Kuti veio produzir uma obra de fôlego incomparável no âmbito da música internacional do ciclo popular cosmopolita e cosmo-político da segunda metade do século XX”, escreveu Gilberto Gil, ao prefaciar a edição em português da autobiografia de Fela Kuti.
A I edição do projecto Afridika aconteceu no dia 14 de Junho, com a exibição da curta-metragem “África – Uma história Rejeitada”, apresentada pelo historiador e crítico de arte Patrício Batsikama.
Este projecto tem por objectivo reunir, através da filmografia, pessoas de todas as sensibilidades em torno das identidades afro-angolanas, suas influências e transformações, através de ciclos mensais de filmes que retratem as vivências, os lugares, as tradições, as culturas e as obras sobre África.
Para a III Edição, está reservada a apresentação (dia 23 de Agosto) do filme “Amistad”, realizado em 1997. A história passa-se em 1839 e é baseada em factos que ocorreram durante uma sublevação de escravos africanos a bordo do navio negreiro Amistad e que lutaram em território americano, para fazer valer o seu direito à revolta.