PROJECTO merece a nossa confiança, embora haja províncias com mais tradições na pecuária, não sendo de negar as potencialidades da região.
A promotora é das mais prestigiadas no ramo, é umas das mais antigas, conhece o nosso mercado, por estar inserida na distribuição, e detém excelentes instalações de frio em Luanda – o grande mercado – logo uma vantagem competitiva para um grupo com capacidade financeira para ir para frente.
O Grupo Cremonini “pode fazer mais coisas” em Angola, como apuramos nos encontros empresariais do ano passado em Torino e Roma, nas visitas do Primeiro-ministro Matteo Renzi a Angola com empresas do seu país, num fórum organizado pela AIA e a sua dinâmica Embaixada, finalmente durante a visita do Presidente da República a Itália.
A AIA, associação que dirijo, congratula-se dos seus esforços no sentido do reforço da cooperação entre os dois países, sendo a Itália o segundo país no Mundo, o primeiro europeu a reconhecer a nossa Independência, e o 3º maior doador do nosso país depois da Suécia e do Japão, nos tempos mais difíceis do nosso recente e atribulado processo político.
Podemos mesmo dizer que este projecto de matadouro vem ao encontro de uma intenção antiga do país alpino, por nossa sugestão e pretensão, mas contrariada por um antigo dirigente do Comércio, que originou a importação de carne por um exportador da Itália, usando as verbas disponíveis para o matadouro, em vez da sua implantação! Asneiras dessas que hoje nos obrigam a ser importadores de carne com dispêndio anual de perto de mil milhões de dólares (uma loucura), “sendo Luanda”, o maior importador de África, pois o resto do país come carne nacional dos seus cerca de 3 000 000 de bovinos, quando podíamos ser exportador, como na economia colonial: São Tomé e Príncipe e Congo eram nossos clientes e Angola não importava nem um quilo de carne!
Auguramos pois sucessos para este projecto, mas recomendo ao Grupo que siga e em muito os saberes de criadores angolanos reputados e não de apensas “vendedores de cornos” que já fizeram morrer milhares e milhares de cabeças por apenas verem lucro e não carne produzida no nosso País. Eles ainda pululam por aí e travestidos de grandes conhecedores da criação de gado bovino! A recente Feira do Utalala, no Cubal, província de Benguela, mostrou as duas vertentes! (semanarioeconomico.ao)