Segunda-feira, Abril 29, 2024
11.6 C
Lisboa
More

    Professores angolanos manifestaram-se em Luanda e prometem mais protestos

    Cerca de 500 professores universitários angolanos manifestaram-se no último sábado por aumentos salariais e melhores condições laborais. Prometem sair à rua de 15 em 15 dias, enquanto o executivo não atender suas reivindicações.

    A manifestação aconteceu um dia depois de os docentes universitários se reunirem em assembleia geral, tendo decidido manter a greve, que dura desde 03 de Janeiro, por tempo indeterminado.

    “Foi um sucesso”, descreveu o secretário-geral do Sindicato dos Professores do Ensino Superior (Sinpes), Eduardo Peres Alberto, indicando que aos docentes de Luanda se juntaram também colegas de outras províncias, entre as quais o Kuanza-Norte e Kuanza-Sul.

    O protesto teve o seu início pelas 13h (hora local) na Faculdade das Humanidades da Universidade Agostinho Neto e terminou cerca de uma hora mais tarde em frente ao ministério das Finanças, onde entoaram o hino nacional e leram as deliberações aprovadas na assembleia-geral de sexta-feira.

    Uma sala de aula quase vazia: greve já dura há mais de três meses.
    (DR)

    Mensagem
    “O objectivo era transmitir a mensagem do Sinpes e mostrar que a comunidade académica estava presente”, adiantou, acrescentando que o protesto decorreu “com elevado espírito de civismo e sem ocorrências policiais”.

    Na terça-feira, os representantes do sindicato tencionaram entregar o dossier com as deliberações no Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), o órgão que tem intermediado as negociações.

    Entre estas, inclui-se a rejeição da proposta de 04% de aumento salarial e a manutenção dos subsídios, mantendo-se a “vontade de negociar” com o ministério do Ensino Superior, segundo Eduardo Peres Alberto.

    Os professores vão continuar a manter a greve e anunciaram igualmente a intenção de se manifestarem de 15 em 15 dias até que os seus apelos sejam ouvidos.

    O líder do Sinpes enalteceu “o espírito da classe docente” e apelou ao Governo para que ouça o seu “clamor”, de forma a ultrapassar a greve que já dura há mais de três meses.

    Incumprimento do memorando
    O Sinpes reclama nomeadamente do “incumprimento” do memorando de entendimento assinado em novembro de 2021 por parte das autoridades.

    Um salário equivalente a 2 mil dólares (1,7 mil euros) para o professor assistente estagiário e a 5 mil dólares (4,4 mil euros) para o professor catedrático são as propostas salariais do Sinpes para contrapor os atuais “salários medíocres”.

    O Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação angolano considerou, em Fevereiro, que o aumento salarial dos docentes, em greve, era um “processo delicado e complexo”, garantindo, no entanto, que decorriam ações a nível do Governo nesse domínio, em sede de uma abordagem mais geral da matéria salarial da administração pública”.

    Pelo menos duas manifestações, visando o retomar das aulas no ensino superior público, foram realizadas em fevereiro, nos dias 05 e 19, pelos estudantes que pediam a intervenção do Presidente angolano, João Lourenço, para a resolução do impasse.

    Publicidade

    spot_img

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Contagem regressiva para a Cimeira do Clima COP29, no Azerbaijão, expõe as tensões sobre o financiamento

    Os líderes políticos afirmaram que as conversações da COP29 deste ano se centrarão num desafio que não conseguiram superar...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema