O primeiro-ministro António Costa garantiu esta terça-feira no Parlamento que as quase cinco mil cirurgias adiadas até hoje serão reagendadas e feitas até ao fim do primeiro trimestre de 2019.
Costa disse ainda que a greve cirúrgica dos enfermeiros nos hospitais “não é aceitável”.
A garantia foi dada no arranque do debate quinzenal, o último do ano, onde o primeiro-ministro revelou que até sexta-feira foram adiadas 4176 cirurgias devido à greve e que hoje já serão cerca de cinco mil. António Costa disse que estas cirurgias serão feitas até março, se não houver mais adiamentos, mas a greve está agendada até ao fim do ano e os enfermeiros já falam em prolongá-la. O primeiro-ministro foi bastante crítico da greve, que considerou que “não é aceitável”.
O primeiro-ministro foi questionado pelo líder parlamentar do PSD sobre os efeitos da greve que está a ser levada a cabo em cinco hospitais do país, tendo Fernando Negrão acusado o Governo de estar a ser “incompetente” nas negociações com os sindicatos dos enfermeiros. A greve está a ser levada a cabo por um movimento de enfermeiros que se quotizou para suportar os dias de greve dos enfermeiros que aderirem, e tem apoio do Sindepor e da ASPE.
O primeiro-ministro questionou o líder parlamentar do PSD se acha que o Governo devia ir ao encontro de todas as pretensões dos sindicatos e acusou Fernando Negrão de estar a ser “porta-voz” da bastonária dos enfermeiros. Ana Rita Cavaco foi acusada por António Costa de misturar as funções de bastonária com funções sindicais, o que motivou protestos veementes por parte da bancada do PSD.
António Costa criticou a bastonária dos enfermeiros por ter admitido, em declarações aos jornalistas, que há anos há pessoas que morrem nos hospitais portugueses por falta de dotação de enfermeiros em número suficiente, declarações que também já foram criticadas pela ministra da Saúde, Marta Temido, que esta terça-feira pediu aos bastonários contenção a algum “excesso verbal” nestas ocasiões.