A coragem do presidente do MPLA, João Lourenço, de pôr a descoberto e desmascarar uma série de problemas no seio do partido a governação e o seu bom nome foi elogiado ontem, em Luanda, pelo líder da FNLA, avança o Jornal de Angola.
Reagindo ao discurso proferido pelo presidente do MPLA, na abertura da sexta reunião ordinária do Comité Central, Lucas Ngonda referiu que é preciso combater a corrupção, a impunidade, o nepotismo e a bajulação mencionados no decurso.
O combate contra estes males que prejudicam o crescimento social e económico do país, segundo Lucas Ngonda, deve passar pela criação de uma alta autoridade contra a corrupção, integrando entidades isentas.
Reacção da UNITA
O Presidente João Lourenço voltou a reiterar as mesmas coisas que vem dizendo desde a altura da campanha eleitoral, segundo o deputado da UNITA, Raul Danda. Segundo ele, João Lourenço voltou a reiterar a vontade de combater a corrupção, estabelecer no país uma governação transparente e potenciar a fiscalização.
No entanto, segundo o político, “parece que, além das palavras, o Presidente está com sérias dificuldades de percorrer um caminho concreto que leve a acções igualmente concretas e que façam renascer uma esperança real nos angolanos”. O político questiona se o Presidente vai combater a corrupção com palavras, prendendo ou mandando prender meia dúzia de pessoas, ou estará disposto a atingir “a sua casa, se necessário”, para que o combate seja real e não fictício.
O político considera que o Presidente pretende que o Executivo seja fiscalizado, mas questiona como. Segundo Raul Danda, primeiro, o Presidente da República já disse publicamente que não tinha qualquer intenção de ver alterada a Constituição para termos, no país, um equilíbrio de poderes, necessário para que haja uma fiscalização, de facto, das acções do Governo.