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    Pescas: Mulheres garantem produção de peixe seco

    Foto: Ampe Rogério
    Foto: Ampe Rogério

    Grande parte do peixe salgado e seco é produzido por mulheres, que estão espalhadas um pouco por todo litoral do país. E também nas zonas do interior onde a pesca continental é uma actividade económica importante.

    Terça-feira, 12, arrancou no Buraco, em Luanda, um projecto de formação que se dedicará a melhorar as condições técnicas desta força de trabalho feminina.

    Enquanto esposos e filhos se fazem ao mar, em terra as mulheres processadoras de pescado buscam a renda para o sustento da família – que afinal não depende só do homem.

    “Em alguns destes casos, a qualidade do peixe não é a desejada”, lamentou a ministra das Pescas, Vitória Neto, durante a apresentação da iniciativa.

    Em tempos não muito recuados, elas processavam o pescado em condições inadequadas e sem qualquer conhecimento técnico. Agora dispõem de uma escola para formação, no âmbito do projecto de apoio às mulheres processadores de pescado.

    Para dona Luísa, residente na comunidade do Buraco, “melhores dias virão”. Mas defende que para isso deve haver mais apoio por parte das estruturas do sector. “Vamos ver o que vai acontecer futuramente”, realça.

    São inúmeras famílias que dependem do mar e sobrevivem da venda do peixe. Como tantas outras mulheres, reconhecem muitos riscos nesta actividade. “Nem sempre há peixe e algumas vezes, quando abunda, aparecem outros barcos que arrastam as nossas redes”, diz, entristecida, dona Luísa.

    “O dinheiro resultante da venda do peixe, não é suficiente para cobrir todas as despesas”, referiu, acrescentando que com o pouco que consegue compra “alguma alimentação”.

    Dificuldades

    “Não temos escolas para os filhos. A corrida de táxi custa 500 kwanzas e ainda bebemos água não tratada da cacimba. Precisamos mesmo de ajuda”, repete dona Luísa.

    Vitória Neto, ao inaugurar a escola de formação de mulheres processadoras de pescado da comunidade do Buraco, destacou o papel desempenhado pela pesca artesanal na promoção do emprego.

    “Globalmente a pesca artisanal promove mais de 80 por cento dos postos de trabalho no sector das pescas, sendo um instrumento privilegiado no combate à fome e na redução da pobreza”, afirmou a governante.

    “Longe das imagens de miséria, a pesca artesanal é um sector dinâmico, capaz de inovação, e que representa uma escolha privilegiada para responder os desafios do milénio desde que se preste a devida atenção e o apoio adequado”, disse a governante.

    No centro de formação recéminaugurado, as mulheres serão capacitadas sobre as melhores práticas para produzir peixe seco de qualidade, diminuindo as perdas pós-captura, e a promoção das boas práticas de manuseamento e tratamento de pescado.

    O projecto-piloto de apoio às mulheres processadoras de pescado foi lançado, em finais de Novembro passado, nas comunidades do Buraco e do Cabo Ledo. A iniciativa é financiada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

    SANDRA QUIALA (Novo Jornal)

     

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