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    Perda de receita petrolífera deverá atingir USD 6 mil milhões no final do primeiro semestre

    (Foto: D.R.)
    (Foto: D.R.)

    A receita petrolífera registou nos primeiros quatro meses deste ano uma quebra de mais de Kz 718,691 mil milhões relativamente a igual período do ano passado. O preço médio do barril exportado recuperou em Maio face ao mês anterior, atingindo-se no mês um valor de USD 57,74. Também o volume de exportação superou o verificado no período homólogo de 2014 e mesmo de 2013

    A quebra na receita petrolífera arrecadada com a exportação da matéria-prima caiu mais de Kz 718,691 mil milhões entre Janeiro e Maio deste ano e o mesmo período do ano passado. Um montante que excede os USD 5,8 mil milhões e que deverá previsivelmente atingir os USD 6 mil milhões no final do primeiro semestre. A comparação das receitas totais de exportação (que somam a receita da concessionária e as receitas fiscais) obtidas até ao final de Maio com o período homólogo de 2013 revela uma queda ainda mais pesada.

    Não obstante, de acordo com os dados revelados pelo Ministério das Finanças, o preço médio do barril de exportação melhorou consideravelmente em Maio relativamente ao mês anterior (USD 57,74 contra USD 51, 88, sendo que em Abril se havia verificado um recuo de USD 3,5 em relação a Março). O preço médio do barril apurado até ao final de Maio corresponde a cerca de metade do preço verificado em igual período do último ano, uma quebra de perto de 100% em valor.

    Perspectivas pouco animadoras

    Os valores relativos a Junho não deverão ser mais animadores, atendendo a que o preço do barril de Brent vem caindo nos mercados internacionais. Este mês os CFD (produtos derivados que têm como base um activo subjacente, neste o caso o petróleo) de Brent já registaram uma variação negativa de 3,2%, situando-se, em termos médios, em USD 64,25. Só por um dia superaram a casa dos USD 65. Em Maio, a cotação média dos futuros do Brent, em Londres, com base nos CFD, foi de USD 65,92, o que corresponde a uma quebra de 2,43. Os CFD de Brent começaram o último mês acima dos USD 67 por barril mas fecharam- no no patamar dos USD 65. Esta segunda-feira cotavam a USD 62,66. Valores que não se afastam dos fornecidos pela Bloomberg para a cotação do Brent na praça londrina. O Brent (LCO) iniciou o mês de Maio a USD 66,46 e fechou-o a USD 65,56. A 6 de Junho chegou a atingir USD 65,7 mas esta segunda-feira cotava a USD 63,48.

    Recorde-se que o petróleo tipo Brent é aquele cujas características mais se aproximam da qualidade média das ramas angolanas, existindo todavia um diferencial da ordem dos USD 5 dólares em desfavor do petróleo nacional. Este diferencial até sido mais amplo este ano, a avaliar pela diferença de valor entre o preço médio do barril exportado e a cotação dos futuros de Brent na praça de Londres.

    A receita da concessionária Sonangol no período em análise caiu mais de 60% em termos homólogos, passando de Kz 820,103 mil milhões em 2014 para Kz 320,223 este ano, ao passo que a receita fiscal (soma dos três impostos que incidem sobre o volume de exportações petrolífera submetidas à administração tributária pelas companhias petrolíferas) registou uma quebra superior a 62%. A comparação dos valores apurados nos primeiros quatro meses de 2015 com os obtidos em igual período de 2013 são ainda mais desfavoráveis.

    Bloco 31 produz mais

    O Bloco 17, localizado na Bacia do Congo, ao largo de Cabinda, onde se situa o projecto CLOV, graças aos seus 20,46 milhões de barris, continua a liderar destacado a exportação petrolífera, sendo responsável por quase 38% do total expedido. Seguem- se o Bloco 15, que que alberga o projecto Satélites do Kizomba (7,57 milhões de barris, a que acrescem 1,8 milhões do Bloco 15/06)), o Bloco 31 (5,54 milhões de barris), o Bloco 0A, situado em Cabinda (4,7 milhões), o Bloco 18 (4,4 milhões) e, praticamente a par, os blocos 0B e 14, cada um com mais de 3,3 milhões de barris. De sublinhar, relativamente a Abril, a subida do volume de exportação do Bloco 31, que passou de perto de 3,7 milhões para 5,54 milhões de barris.

    Volume exportado sobe

    A exportação global, que praticamente coincide com a produção realizada, situa-se em torno dos 1,73 milhões de barris diários, ainda longe, portanto, da meta orçamental, que aponta para a produção de 1,8 milhões de barris/dia. Registe-se que o último relatório da Opep indica que a produção petrolífera nacional foi, no mês de Maio, em termos médios, de 1,725 milhões de barris diários. O volume de exportação nos primeiros quatro meses do ano supera o registado em igual período de 2014 em mais de 26 milhões barris, ficando mesmo ligeiramente acima de 2013 – um acréscimo de 2,35 milhões de barris. (opais.ao)

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