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    Partido de Mandela perde capital da África do Sul nas eleições municipais

    O Congresso Nacional Africano (CNA), o partido no poder na África do Sul, viveu neste sábado um revés histórico nas eleições municipais ao perder na capital, Pretoria, frente ao principal partido de oposição, a Aliança Democrática (DA).

    O partido também registou um recuo histórico no restante do país, perdendo sua maioria nas cidades mais importantes.

    Em todo o país, é a primeira vez que o Congresso Nacional Africano conquista um número tão baixo de votos (53,9%) desde sua chegada no poder, ao final da ditadura racista do apartheid e o advento da democracia em 1994.

    Em Tshwane, a metrópole que engloba Pretoria, a DA conseguiu 43,1% de los votos contra el 41,2% obtido pelo CNA, que governava com maioria absoluta a cidade, segundo os resultados publicados depois da apuração das eleições de quarta passada.

    O partido opositor de centro-direita também venceu em Port Elizabeth, a sexta cidade mais populosa da África do Sul.

    Mais de 26 milhões de eleitores estavam convocados a votar nas eleições municipais que, segundo a Comissão Eleitoral, foram realizados sem incidentes.

    Este recuo “aconteceu mais rapidamente e em maior proporção do que imaginávamos. Foi um choque para todos”, considera o analista político independente Ralph Mathekga.

    Nos últimos anos, mesmo após a retirada da figura histórica do partido, Nelson Mandela, o CNA estava acostumado a vencer confortavelmente todas as eleições com mais de 60% dos votos. Mas estas municipais mudam a situação.

    Tais resultados poderiam colocar em apuros o presidente Jacob Zuma. Neste sábado à noite, durante um discurso por ocasião do anúncio dos resultados pela Comissão Eleitoral, o Chefe de Estado elogiou as “eleições altamente disputadas, tais como deveriam ser em uma democracia”.

    Jacob Zuma deve completar o seu mandato em três anos, mas o partido pode ser tentado a encurtar o seu reinado para evitar um declínio ainda mais grave nas urnas nas eleições gerais de 2019.

    À frente da África do Sul desde 2009, o reinado de Zuma tem sido marcado por uma série de escândalos.

    Como exemplo, este sábado, seu discurso foi interrompido por quatro jovens mulheres que exibiam cartazes em frente ao palanque para recordar um caso de estupro em que Zuma foi inocentado há dez anos.

    Seus problemas legais, no entanto, ainda são actuais, uma vez que foi condenado a pagar 500.000 dólares por utilizar dinheiro público para reformar a sua casa em Nkandla (sul), que, ironicamente, votou por um outro partido diferente do ANC.

    Mas, apesar de seus sucessos retumbantes em Port Elizabeth e Pretoria, o DA não conseguiu obter a maioria absoluta e terá de se aliar a outros partidos para governar estas cidades.

    Na capital, os liberais da AD vão certamente atrair os Combatentes para a Liberdade Económica (FEP) de Julius Malema, que foi expulso do CNA. (AFP)

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