Dois discursos centrados na necessidade de maior estabilidade na região da África Central, do reforço da democracia e da cooperação entre Angola e o Chad marcaram nesta terça-feira a Sessão Solene da Assembleia Nacional, dedicada ao Presidente tchadiano, Idriss Déby Itno.
Em pouco mais de 40 minutos e diante de uma importante delegação do Governo tchadiano, aquele estadista e o presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, falaram da realidade política dos seus países e dos desafios impostos na pacificação de África.
Ressaltaram o papel dos seus parlamentos no processo de afirmação democrática, do combate ao narcotráfico e dos desafios económicos e ambientais impostos à África.
Ao tomar a palavra, Fernando da Piedade Dias dos Santos disse que a ida de Idriss Déby Itno à “casa das leis” honra o povo angolano e as instituições democráticas de Angola.
“A presença, neste hemiciclo, de sua Excelência Presidente da República do Tchad, honra o nosso povo representado, aqui, pelos deputados, assim como as instituições democráticas do nosso país, que, com firmeza e determinação, contribuem para a consolidação da paz e estabilidade”, declarou.
Afirmou que a República do Tchad, sob liderança daquele estadista, tem trilhado o caminho do desenvolvimento, mormente pelo facto de ter estabelecido a paz como condição indispensável do processo político e democrático.
“A República do Tchad, sob vossa liderança, tem trilhado o caminho do desenvolvimento, porque vossa Excelência, sabiamente estabeleceu a paz como condição indispensável do processo político e de consolidação da democracia”, expressou.
Fernando da Piedade dos Santos ressaltou que, com a liderança de Idriss Déby Itno, foram concretizadas as reformas políticas que permitiram ao país ter uma Constituição democrática assente no reconhecimento da diferença e defensora da unidade nacional, invisibilidade territorial e coesão social.
Disse que o modelo constitucional chadiano advoga ainda a descentralização territorial, como caminho para a consolidação da democracia e, fundamentalmente, para promover o desenvolvimento, a inclusão social e territorial, tão cruciais no contexto africano.
Argumentou que o sistema presidencialista, exercido pelo Presidente do Tchad, “confere estabilidade e unidade governativa para a prossecução do interesse comum dos chadianos”.
Por sua vez, Idriss Déby Itno elogiou a qualidade da democracia angolana e o papel do Parlamento.
Afirmou ser uma honra tomar a palavra na Assembleia Nacional, feito que considera símbolo de uma Angola livre, democrática e no rumo do progresso.
“É uma honra ter a palavra perante esta magna assembleia, o que é um símbolo de uma Angola livre, democrática e virada para o desenvolvimento económico, cultural, em harmonia com os seus valores ancestrais e no interesse do seu povo”, disse.
Referiu que a Assembleia Nacional representa o rosto de um país que soube livrar-se das guerras coloniais e conflitos internos para poder progredir para a paz, modernidade e prosperidade.
Deputado ressalta importância dos discursos
No final da sessão, o deputado da bancada do MPLA, João Pinto, apontou como destaque dos dois discursos o facto de Angola ter visto reconhecido o seu papel, enquanto país que se preocupa com a segurança.
“Angola tem um papel importante na África Central, garante estabilidade e é exemplo de reconciliação nacional. O Chad está a fazer a sua transição, fez as suas reformas e também tem superado os seus problemas”, expressou.
O deputado disse esperar múltiplos ganhos com na cooperação bilateral entre Angola e o Chad, depois de rubricado o Acordo Geral do Quadro de Cooperação entre os dois países.
“Isto vai garantir a cooperação sul -sul e a intra-regional, para reforçar a integração dos países africanos”, comentou o parlamentar, em breves declarações à Angop no final da sessão solene. (portalangop.co.ao)
