Sábado, Maio 18, 2024
17.6 C
Lisboa
More

    Países periféricos pagam fatura de 130 mil milhões com juros da dívida

    Dívida restringe crescimento económico (D.R.)
    Dívida restringe crescimento económico
    (D.R.)

    Os países periféricos europeus, onde se inclui Portugal, vão ter de pagar mais de 130 mil milhões de euros este ano só em juros, um fardo que é quase três vezes superior ao que os restantes países da zona euro vão ter de suportar.

    O número, calculado pelo Financial Times com base em dados do FMI, revelam a profundidade da ferida ainda deixada aberta pela crise da dívida soberana que afetou, sobretudo, os países da periferia, num ambiete de forte procura investidora por títulos de dívida periférica.

    Apesar da queda dos juros no mercado secundário terem provocado uma redução dos custos de financiamento no mercado primário, a fraca recuperação económica aliada a défices orçamentais significam que a fatura de Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha vai continuar a aumentar.

    “Níveis elevados de dívida e uma economia fraca é claramente um problema político. Mesmo que comecemos a assistir a uma estabilização dos rácios de dívida, ou até a uma regressão, os níveis vão continuar extremamente elevados durante um longo período de tempo, o que significa que os países vão continuar muito vulneráveis a futuros choques”, afirmou Ebrahim Rahbari, economista do Citi, citado pelo Financial Times.

    Os números revelam ainda que o fardo com a dívida para os países periféricos representam quase 10 cêntimos por cada euro recebido pelos governos. Nos restantes 13 países da zona euro, o mesmo fardo representa em média apenas 3,5%, com a diferença desse peso entre a periferia endividada e a previsão para os restantes países que deverá aumentar nos próximos cinco anos.

    Os elevados encargos com os pagamentos, mesmo com baixas taxas de juro, vão eliminar a capacidade dos países endividados para fazer investimentos ou manter os níveis da segurança social. No caso de Portugal, a factura com o pagamento de juros que ascende este ano a 7,3 mil milhões de euros excede à despesa com a educação e é quase o equivalente ao orçamento para a saúde.

    “Os próximos anos vão ser complicados. A menos que as pessoas comecem a pensar em soluções radicais, como reformas de crescimento efetivo ou reestruturação da dívida, estas dívidas vão impedir o crescimento e restringir a despesa dos governos nos próximos anos”, acrescentou Antonio Garcia Pascual, economista do Barclays (dinheirovivo.pt)

    Publicidade

    spot_img

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    TSE suspende julgamento de ações que pedem cassação de Moro por atos na pré-campanha em 2022; caso será retomado na 3ª

    O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu nesta quinta-feira o julgamento das ações que pedem a cassação do senador Sergio...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema